Volume de vetos expõe Maia, dizem deputados
Presidente havia sido informado sobre dificuldade em manter vetos sobre pontos não pacificados. Parlamentares acham que ele quer fazer “fazer média”
Após o presidente Jair Bolsonaro sancionar a Lei de Abuso de Autoridade com vetos a 36 dispositivos, compreendendo 19 artigos da lei, ontem mesmo, os parlamentares já apontavam, nos bastidores do Congresso Nacional, "clima muito ruim". Leia-se: os vetos precisam ser analisados pelo Congresso e só haveria consenso em torno da proibição do uso de algemas quando o preso não oferece resistência. A cúpula do Congresso avisara a Bolsonaro que haveria dificuldades para garantir vetos a pontos que não estivessem pacificados. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, foi um dos mensageiros, e é alinhado a Rodrigo Maia.
Ontem, deputados definiam a iniciativa de Bolsonaro como um "enfrentamento" ao Congresso. Em reserva, um parlamentar do centrão apontou intenção do presidente de "ficar bem perante a opinião pública", a despeito de isso representar uma "exposição de Rodrigo Maia". Outra fonte avalia o seguinte: ainda que os vetos sejam derrubados, Bolsonaro colhe os frutos e deixa o Congresso na berlinda. Críticos do texto dizem que ele pode inviabilizar investigações do Ministério Público e da Justiça Federal. Apoiadores alegam que o projeto visa a coibir abusos.