Sáb, 06 de Dezembro

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EMENDA

Votação de PEC que acaba com a reeleição no Executivo é adiada pela CCJ do Senado

Para o relator, a realização de um processo unificado representaria uma economia de recursos

Plenário do Senado durante sessão extraordinária para aprovação do Orçamento de 2025Plenário do Senado durante sessão extraordinária para aprovação do Orçamento de 2025 - Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou a votação da proposta de emenda à Constituição que acaba com a reeleição para os cargos de presidente da República, governador e prefeito.

A análise estava marcado para esta quarta-feira, 9, mas o senador Marcelo Castro (MDB-PI), relator do projeto, pediu mais tempo para ajustar seu relatório sobre o tema. Não há previsão de quando a PEC voltará para a pauta.

A PEC 12/2022 foi sugerida pelo senador Jorge Kajuru (PSB-GO). Na sessão desta manhã, Kajuru afirmou que levou o tema ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ainda em 2024, e que não ouviu negativa do chefe do Executivo federal sobre o tema.

"Não houve discórdia frontal do presidente Lula, ele apenas deu a opinião dele", disse. O projeto não afetaria as eleições de 2026 e, portanto, uma eventual tentativa de reeleição de Lula.

Além das mudanças previstas para o Executivo, o projeto propõe para o Legislativo alargamento de cinco anos do mandato de deputados e vereadores (hoje, são quatro), e para dez anos o de senadores (hoje, são oito). A possibilidade de reeleição no Poder não muda, pela proposta.

Outra mudança é a sincronia das eleições gerais e municipais, deixando de ocorrer de dois em dois anos e passando a ser um processo único a cada cinco. Para o relator, a realização de um processo unificado representaria uma economia de recursos e esforços públicos e daria previsibilidade aos agentes políticos

O que diz o relatório?
No relatório, Castro afirma que a mudança aprovada em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, resultou em um "viés pernicioso" que estimula chefes do Executivo a seguirem "agendas imediatistas" em busca de um segundo mandato.

"O saldo da experiência pode, a nosso ver, ser assim resumido: ao prejuízo, previsível, do retardo no processo de renovação dos quadros políticos, deve-se somar o prejuízo, inesperado, decorrente do viés eleitoreiro que a perspectiva da reeleição induziu no desempenho dos mandatários", afirmou Castro.

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