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investigação

Zambelli pediu para invadir conta de e-mail de Alexandre de Moraes, diz hacker à PF

Delgatti contou ainda que pedido foi feito durante eleição de 2022; Informações são da colunista Andreia Sadi

Carla Zambelli, deputada federalCarla Zambelli, deputada federal - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) teria pedido para o hacker da Vaza Jato, Walter Delgatti Netto, invadir as contas de e-mail e o telefone de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações, divulgadas pela colunista Andreia Sadi, constam no depoimento do próprio hacker à Polícia Federal.

Segundo Delgatti, a deputada fez o pedido em um encontro na Rodovia dos Bandeirantes, em São Paulo, em setembro de 2022. Ainda em seu depoimento, ele contou que só conseguiu acessar o e-mail de Moraes, mas não encontrou nada de comprometedor, e que não obteve êxito ao tentar acessar o celular do magistrado. Ele também alegou ter tentado invadir o sistema de segurança das urnas eletrônicas, mas também sem sucesso.

Zambelli, que chegou a levar o hacker a reuniões em Brasília, chegou a afirmar a interlocutores que sua intenção era discutir a possibilidade de ele integrar uma equipe de consultores contratados para fiscalizar as urnas eletrônicas. A parlamentar levou Delgatti a um encontro com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, na sede do partido, e outro com o então presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada.

Preso em 2019 na Operação Spoofing, Delgatti foi o responsável por invadir o Telegram e copiar diálogos de integrantes da Operação Lava-Jato. O plano de Zambelli era que ele fosse contratado como um especialista em ataques cibernéticos pelo Instituto Voto Legal, indicado pelo PL ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para auditar as eleições em outubro — a instituição ainda aguarda o credenciamento da Corte.

A parlamentar chegou a assumir que pagou a hospedagem de Delgatti e do advogado Ariovaldo Moreira, no hotel Phenícia, em Brasília, cujas diárias custam em torno de R$ 200. Moreira defendeu Delgatti na ação da Spoofing.

Delgatti, que estava respondendo pelo atos em liberdade, voltou a ser preso em junho, após descumprimento de medidas judiciais que o proibiram de acessar a internet. O depoimento foi prestado no âmbito do inquérito que investiga a invasão do sistema de mandados de prisão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a inclusão de uma falsa ordem de detenção de Moares.

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