Doenças periodontais podem ocasionar problemas cardiovasculares
Desequilíbrio bacteriano na cavidade bucal pode ser o responsável
Existe correlação entre escovar os dentes e ter um infarto? Um estudo recente publicado na revista científica Scientific Reports, tenta explicar se a baixa frequência diária da escovação dental aumenta o risco de doenças cardiovasculares em pacientes com 20 anos de idade ou mais. Para falar sobre o assunto, o âncora da Rádio Folha 96,7 FM, Jota Batista, conversou com o cirurgião dentista, traumato-bucomaxilofacial, Ricardo Holanda, da Faculdade de Odontologia, da Universidade de Pernambuco- UPE, no Canal Saúde desta quinta-feira (13).
O profissional começou a entrevista fazendo uma consideração acerca da situação socioeconômica do Brasil, diretamente relacionada à saúde bucal.
“Vi que foi publicado ontem que mais de 20 milhões de brasileiros estão em situação crítica de fome. Então, se a pessoa está em condição crítica de fome, imagine do ponto de vista educacional e de condições de acesso à atenção básica de saúde”, relatou.
Ricardo Holanda explicou, também, o que acontece dentro da boca humana que pode até impactar o coração.
“A cavidade bucal naturalmente tem milhões de tipos de bactérias que convivem harmonicamente, fazendo parte da flora bucal. O que ocorre é que quando há um desequilíbrio dessa flora, seja por algum problema de má higiene ou de alguma doença na cavidade bucal que provoque um aumento do número de bactérias, pode levar ao que a gente chama de bacteremia, ou seja, uma infecção através do sangue, que pode chegar ao coração e favorecer um infarto ou outras doenças cardiovasculares”, afirmou.
Para consolidar seu argumento, o cirurgião dentista citou e explicou um estudo científico feito sobre o tema.
“Foram divididos quatro grupo de pacientes jovens: um que fazia escovação dos dentes pela manhã e à noite; um que escovava só pela manhã; um só à noite e outro grupo que não fazia escovação. Foi observado que o grupo que escova os dentes pela manhã e à noite tinha uma redução muito significante na possibilidade de vir a ter um infarto, por exemplo. Isso está relacionado ao desequilíbrio bacteriano na boca, que pode afetar o coração”, declarou.
Você acessa a entrevista na integra através do player abaixo.