O que é que a banana tem?
Há de se concordar: a banana está para os bons e maus bocados na fala de qualquer brasileiro.
Poucas frutas como a banana permeiam tanto o imaginário popular como a que Gabriela, personagem do escritor Jorge Amado, sabiamente incluía nos seus preparos do café da manhã em Ilhéus, Bahia. A banana da terra coberta por canela em pó e açúcar era de um esforço mínimo, mas arrancava suspiros do árabe Nacib, tal como qualquer admirador dos dias de hoje sobre uma comida macia, saborosa, de aroma agradável e, por que não, repleta de tantos simbolismos.
Há de se concordar: a banana está para os bons e maus bocados na fala de qualquer brasileiro. Ao ser relacionada a alguém, vira um xingamento de submissão, mas quando apoiada numa espécie de arranjo de cabeça, logo remete ao balanço tropical de Carmen Miranda em suas apresentações mundo afora na década de 1940. Até Jorge Ben Jor cantou as variações dessa fruta na música cujo trecho mais repetido diz “Olha a banana, olha o bananeiro”. Contexto rico de um produto abundante no mercado deixando para os livros de história a missão de contar parte da sua origem relacionada à resistência.
Por ser uma grande planta, e não uma árvore, sua estrutura desenvolve um conjunto de folhas no que popularmente é chamada de caule da bananeira. Ainda de acordo com a professora da UFRPE, sua propagação tem o reforço indispensável do programa de melhoramento genético pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com o cruzamento de variações que ainda possuem sementes.
“Essas bananeiras estão salvaguardadas e existem basicamente nos centros de origem no sudeste asiático. Graças ao trabalho de melhoramento realizado pela entidade, estão surgindo variedades cada vez mais resistentes a pragas e doenças”, garante Rosimar ao lembrar ainda que esse trabalho é forte em Cruz das almas, na Bahia. “Elas são plantadas dentro de uma grande parceria entre produtores, associações e universidades, cujo resultado são variações muito parecidas com a banana prata que conhecemos”, arremata.
No restaurante de essência francesa, o chef já aplicou o insumo em pedidas como o creme brûlée de banana d’água, uma das mais vendidas por longo tempo na casa.
Seu alto teor de potássio e magnésio ainda auxilia na prevenção de câimbras musculares. “Além disso, a presença de quantidades significativas de triptofano, substância que aumenta a secreção de serotonina, auxilia no controle da ansiedade”, detalha.