Ônibus Mercedes é cafeteria itinerante com 25 lugares
Em ônibus fabricado em 1982 e inutilizado pelo Exército Brasileiro, Clandestino Café fica no jardim do Museu do Estado de Pernambuco
Por mais que o nome se refira a algo feito às escondidas, o Clandestino Café é daquelas ideias que não passam tão despercebidas assim. Até porque, não é todos os dias que se vê por aí um ônibus Mercedes-Benz, fabricado em 1982 e inutilizado pelo Exército Brasileiro, servindo de cafeteria para quem quer se isolar uns instantes da cidade.
Dentro dele o barulho é mesmo outro. Ouve-se a movimentação de pessoas em 25 lugares e dos cafés com seus agregados servindo as mesas compactas. Do outro lado da janela a vista é para o jardim do Museu do Estado de Pernambuco, no bairro das Graças, onde o projeto itinerante está estacionado por tempo indefinido.
Embora essa agenda provisória seja um motivo para você apressar uma visita, estando lá a dica é deixar o tempo voar observando os detalhes. O veículo foi encontrado em um ferro velho perto de Garanhuns, no Agreste, pelo casal de baristas Sara Rangel e Mateus Alves, que não pensaram duas vezes em reformá-lo para fazer dele um negócio criativo. As poltronas comuns a esse tipo de veículo deram lugar a bancos, também antigos, e mesinhas de madeira arrumadas para quatro pessoas ou em esquema compartilhado.
Por fora, nem parece que há espaço suficiente para as pessoas circularem e os atendentes ainda trabalharem na cozinha. Mas tudo se encaixa, principalmente as engenhocas que permitem uso de pia, iluminação e ar-condicionado. A estreia foi no Festival de Inverno de Garanhus do ano passado. Desde então, não pararam mais e, mesmo com a tranquila velocidade de 80 km, o ônibus tem chegado aos locais programados até então.
A partir da estrutura técnica assinada pelo escritório Esquina Arquitetura, entrou a vontade dos sócios de oferecer algo prático e informal. E não se trata apenas de ter um lugar cheio de objetos pessoais ou atendimento que foge da burocracia, mas de um cardápio criado para respeitar as limitações de espaço.
Em termos de café, o fornecimento muda a cada semana. Agora, a opção é o café Segredo, da marca pernambucana Café do Brejo, mas já foi possível encontrar anteriormente grãos do Kaffe, Mitsuo Nakao e Yaguara. “Acho importante trabalhar com algo fora do comum e oferecer sabores ainda desconhecidos”, diz Sara, que diariamente está atrás do balcão para montar opções como espresso, de 40 ml (R$ 5), cappuccino (R$ 6), ou mesmo os três métodos de extração da bebida (hario v 60, prensa francesa e aeropress).
Isso sem falar em pedidas mais incrementadas como o refrescante celestino - feito com cold brew ou espresso, limão siciliano, mel de gengibre, gelo e água com gás (R$ 10).
Para acompanhar, há o fornecimento diário dos parceiros em doces e salgados. Por isso, cai bem pedir um croissant, do Cia. Croissant, quente e de massa fofinha servida com manteiga de ervas, geleia ou Nutella (R$ 9).
Já entre as sobremesas da Doce Vanille, a produção que mais sai é o mini bolo de cenoura com calda de brigadeiro, sem lactose (R$ 6). Em tempo, o Clandestino estreia no circuito Recife Coffee, que começa no dia 2 de maio com mais de 20 cafeterias da cidade.
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