Sabores

Por que manter o hábito do café da manhã?

Café da manhã precisa ser priorizado na boa rotina alimentar

Não devemos negligenciar a primeira refeição do diaNão devemos negligenciar a primeira refeição do dia - Foto: Wagner Ramos/Divulgação

Uma das principais recomendações acerca dos hábitos saudáveis consiste em ter durante o dia várias refeições; em cada uma delas é importante constar alimentos variados, de maneira a atender as necessidades nutricionais de cada indivíduo.

Creio que a maioria da população tem um ciclo de atividades diurnas, contando com um repouso noturno durante o qual o gasto de energia é relativamente menor.

Mesmo assim, ao acordar deve-se ter na primeira refeição (que entre nós chamamos café da manhã ou desjejum) uma ingestão de alimentos que dê ao organismo os nutrientes necessários, em quantidade suficiente.

Em nossa vida cotidiana, muitas vezes esta primeira refeição tem sido negligenciada em nome da pressa nos afazeres fora de casa ou mesmo nos cuidados domésticos, como preparar os filhos para a escola ou o trabalho, praticar exercícios e outras tarefas afins.

É preciso compreender, porém, que devemos dar prioridade igual (ou maior) para se servir do café da manhã antes mesmo de começar a gastar mais energia. Para que esta refeição seja eficiente, deve ser planejada com critérios e degustada com calma e prazer. A ansiedade diante de outros compromissos não deve sobrepujar o bom senso e o cuidado para com a saúde.

Exemplos de cardápios nutritivos e com alimentos fáceis de obter valorizando os alimentos regionais são hoje amplamente divulgados. O mais convencional deve constar de fruta (ou suco), pão (ou papa ou inhame ou cuscuz ou tapioca), ovo (ou queijo coalho), leite e café.

Vejo frequentemente crianças e adolescentes desprezarem o hábito de comer corretamente em casa, antes de sair, e comprar lanches na porta da escola, logo às sete horas da manhã. Estas refeições substitutas são, na maioria, pouco higiênicas ou contêm excesso de gordura, sal e açúcar ou bebidas nada nutritivas.

E o que parece apenas um momento de descontração em companhia de colegas, se tornado frequente, contribui para os transtornos como má digestão e indisposição para as tarefas escolares, no mínimo. Além disso, nestas fases da vida, os hábitos estão se consolidando; se forem inadequados, assim prevalecerão - levando a outros males como gastrite, má nutrição, hipertensão, diabetes ou obesidade.

Quanto aos adultos, diante de tantos afazeres muitos permanecem em jejum, pensando que, ao chegarem ao trabalho ou outro local de destino poderão compensar com os alimentos que puderem dispor.

Vejo, em muitos casos, que tais refeições terminam sendo pequenos lanches engolidos também às pressas e, em forma de bolos, sanduíches, coxinhas, refrigerantes, etc, sabe-se lá a que horas... ou pior ainda: há alguns que “pulam” o desjejum ou “enganam a fome” com cafezinhos até a hora do almoço. Parece um milagre que sobrevivam, e o fazem porque a lei magna do organismo é se adaptar para sobreviver.

Mas o que temos, afinal? Por que estas pessoas se permitem pensar que tais hábitos não trazem resultados ruins para a saúde? Oriento para que haja o resgate imediato da motivação de cada um, reservando tempo suficiente para comer o desjejum ainda em casa, usufruindo inclusive do convívio familiar, mesmo que por breve tempo.

Costumo dizer que o ritmo diário vai requerer de nós muitas mudanças de comportamento, ainda. Cabe a cada um, porém, atingir os limites do bom senso e se organizar para instalar e preservar os hábitos e valores dos quais depende, de fato, uma vida saudável!

* É nutricionista e atua no Tribunal de Justiça de Pernambuco no Núcleo do Programa Saúde Legal

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