Exposição no IAC provoca diálogo entre tradição e modernidade

'Futuramas: tradições e rupturas', que traz para o público parte do acervo guardado no Centro Cultural Benfica, na Madalena, será inaugurada nesta quinta-feira (16)

Rebeca Matos, do do Acervo Museológico Universitário, e Talles Colatino, do IAC - Rafael Furtado/Folha de Pernambuco

O Instituto de Arte Contemporânea da Universidade Federal de Pernambuco (IAC-UFPE) abre nesta quinta-feira (16) a exposição "Futuramas: tradições e rupturas", que traz para o público parte do acervo guardado no Centro Cultural Benfica.

"'Futuramas' parte do princípio de se pensar o que é a tradição, a partir de obras que possuem uma linguagem e um suporte contemporâneos", conta o coordenador do IAC, Talles Colatino. Tomando como base três conceitos principais (tradição; repetição - de técnicas, formas e temas; e ruptura), a ideia da exposição teve como marco inicial o cartema (espécie de "colagem" fotográfica) de Aloisio Magalhães, intitulado "Cidade do Recife".

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A obra dialoga com matrizes xilográficas do artista J. Borges e com folhetos de literatura de cordel. As xilogravuras populares têm a característica de poder serem repetidas indefinidamente, ao contrário das gravuras em monotipia como 'Acrobata', de Vicente do Rego Monteiro, que destruiu a matriz após realizar uma única impressão.

Ao lado desta gravura, uma pintura a óleo de Ricardo Pessoa, também intitulada "Acrobata", dá continuidade ao fluxo, que se encerra com as obras "Coca Cola", "Pistola" e "Granada", de Camille Kachani, que remetem a placas de trânsito e símbolos do dia-a-dia e do universo bélico. "Elas também representam técnicas de impressão, embora em plástico, e dialogam com as demais gravuras da sala", aponta Colatino.

Popular e erudito

Na segunda sala da mostra, nomes como os artistas populares Ciça Loiceira e Mestre Vitalino dialogam com Ana Lisboa e Fernando Barbosa, mesclando o popular e o erudito.

Enquanto as criaturas fantásticas de Ciça conversam com o universo místico de Fernando, as peças de Vitalino que compõem a mostra ("Lampião a cavalo" e "Negro na motocicleta") remetem ao presente e passado do cotidiano sertanejo. "A obra de Vitalino é toda modernidade", afirma Colatino.

A mostra representa a UFPE na programação da 17ª Semana Nacional de Museus, promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram) e seguirá em cartaz até o final de julho. Segundo a coordenadora do Acervo Museológico Universitário (Amu), Rebeca Matos, a ideia é que os espaços da galeria sejam ocupados por obras da própria UFPE sempre que as salas estejam vagas, entre os editais de exibição.

Serviço:

Exposição "Futuramas: tradições e rupturas"
Instituto de Arte Contemporânea/Centro Cultural Benfica (rua Benfica, 157, Madalena)
Abertura: nesta quinta-feira (16), às 19h (aberto ao público)
Visitação: até o final de julho, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Finais de semana com visitas guiadas, agendadas através do e-mail ufpe.iac@gmail.com
Entrada gratuita