Dieta cetogênica: o que é e para que serve?
Plano alimentar começou a ser usado no tratamento de epilepsia, há 100 anos
Uma das dietas que mais atraem pessoas que querem perder peso rapidamente e definir massa magra, a cetogênica teve suas bases criadas há cerca de cem anos, inicialmente utilizada como tratamento para epilepsia, com grandes benefícios na supressão de crises.
Há registros de que a dieta também pode beneficiar pacientes com outras enfermidades, como doenças neurodegenerativas (entre elas o mal de Parkinson), diabetes descompensada, obesidade e até certos tipos de câncer.
Mas, se feita sem acompanhamento de especialista, especialmente se seguida por muito tempo, a dieta pode levar a deficiências nutricionais, hipovolemia (diminuição do volume do sangue), hipocalemia (perda de potássio), nefrolitíase (formação de cálculos renais) e gota.
De acordo com a nutricionista esportiva funcional Mariana Domicio, a dieta cetogênica consiste na diminuição significativa no consumo de carboidratos, colocando em seu lugar gordura e proteínas.
“A proporção é de 70% de gorduras, 15 a 20% de proteínas e 5 a 10% de carboidratos”, descreve. “O benefício desta dieta acontece principalmente pelo controle da glicemia e insulina, auxiliando em quadros clínicos onde esse controle é necessário, o que inclui emagrecimento, principalmente em quadros de sobrepeso, obesidade e síndrome metabólica”, acrescenta.
A base da dieta é de vegetais, castanhas, carnes gordas, abacate, açaí, leite, creme de leite e frutas com pouco carboidrato (como caju, limão, maracujá, morango, maçã, ameixa fresca, pera e kiwi).
Pão, macarrão e outras fontes ricas em carboidrato e amido estão cortados. Em uma refeição diária, segundo Domicio, podem ser consumidos alimentos como arroz, feijão, aveia, raízes, banana, manga, abacaxi e mamão.
Atenção
Alguns cuidados devem ser seguidos para prevenir a formação de cálculos de cálcio, um dos potenciais riscos da dieta. Ela recomenda evitar o consumo de alimentos ricos em sódio (embutidos, por exemplo); atenção à ingestão de água (ingerindo pelo menos 30ml por quilo ao dia); reduzir o consumo de produtos lácteos (leites, queijos e derivados) e de proteínas animais.
“Suplementar o ômega 3 diminui a cristalização de sais de cálcio e aumentar a ingestão de fibras como frutas, verduras e aveia também reduz a absorção intestinal do mineral”, ensina.
“Conseguimos excelentes respostas clínicas, geralmente de forma bem rápida. Em 15 a 30 dias temos bons resultados do ponto de vista de emagrecimento e melhoria de quadros clínicos neurológicos”, comenta a nutricionista.
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Ela diz, porém, que não costuma indicar o método para pacientes com compulsão alimentar, gestantes, idosos ou atletas - dependendo do esporte. A nutricionista frisa também que a dieta deve ser encarada como uma ferramenta temporária para emagrecimento. “No caso de doença neurológica, o tempo vai depender da evolução do paciente”, explica.
SERVIÇO
Mariana Domicio é nutricionista esportiva, coach em saúde e bem estar, especialista em longevidade
Contato: marianadomicio@hotmail.com