Vai de "delivery"?
Consumidores habituais devem fazer escolhas saudáveis
Diante da correria típica da vida urbana, buscamos a praticidade como forma de compensar a escassez de tempo livre, e no quesito alimentação não é diferente. Com as demandas aumentadas de tarefas fora do lar, boa parte da população consome uma ou mais refeições longe do domicílio: de crianças a idosos, independentemente do gênero ou classe social.
Dentre as pessoas que praticam refeições fora do lar, destacam-se: a) as que não se planejam e comem qualquer coisa, em qualquer lugar, a qualquer hora; b) as que escolhem estabelecimentos comerciais (restaurantes ou lanchonetes) para refeições estruturadas - do desjejum ao jantar, ou mesmo lanches “reforçados”; c) as que preparam suas refeições em casa e as transportam para o local onde vão estar, e d) as que optam por serviços de entrega em domicílio ou no trabalho (os famosos “delivery”).
Em todos os casos, os critérios da composição nutricional das refeições tanto no lar, como fora dele, devem ser os mesmos, salvo se se tratar de um lanche esporádico em momento de lazer ou em qualquer eventualidade.
Neste artigo, porém, escolhemos focar na última alternativa porque as refeições “delivery” se constituem um nicho de mercado que floresce, mesmo em tempos de crise econômica, como vemos atualmente.
Para solicitar uma refeição “delivery”, os detalhes comerciais são importantes: preços, horários de entrega, variedade nos cardápios, formas de pagamento, etc. Além disso, antes de aderir ao consumo, é bom contar previamente com a referência de outro consumidor crítico nos quesitos relacionados à saudabilidade da refeição: apresentação higiênica, tamanho das porções, características organolépticas (cor, aroma, sabor, textura, etc.), conservação, inviolabilidade da embalagem, existência de informação nutricional, etc.
Quando os serviços de refeições “delivery” fazem parte de grandes redes de distribuição, é mais fácil (pelo menos teoricamente) pois há uma padronização de procedimentos reconhecida na comunidade de consumidores.
Preocupam-nos, contudo, os serviços de menor porte como os de pessoas físicas com produção de refeições em ambientes domésticos, artesanais, mesmo. Estes serviços também proliferam na Cidade e servem refeições completas ou preparações individuais (sopas, p. ex.) já prontas para o consumo ou congeladas.
Nestes casos, costumamos orientar os consumidores para buscar o máximo de informações junto ao próprio fabricante, e é melhor, até, visitar o local de produção, se houver a perspectiva de aderir ao consumo regular de tais produtos.
A principal vantagem dos serviços “delivery” é a comodidade de receber em casa ou no trabalho uma refeição completa, ou parte dela, sem gastar tempo na compra e no preparo, o que, a depender da variedade, pode se constituir numa troca bastante racional. Para refeições completas surgiu a moda da salada em potes de vidro ou em potes plásticos, montadas em camadas no próprio recipiente com os alimentos mais pesados e úmidos ao fundo e finalizando com os folhosos.
À parte, acompanham molhos em recipientes com dose individual e sucos naturais em garrafas lacradas. Na variação dos cardápios contemplam-se as tendências veganas, regionais, com massas, com pescados, etc. para abranger um público diversificado.
Para os consumidores habituais recomendamos escolher preparações cujos ingredientes e forma culinária estejam de acordo com suas necessidades nutricionais, considerando principalmente as condições como hipertensão, diabetes, obesidade, etc.
É bom lembrar que devem ser tomados os cuidados com a segurança alimentar da mesma forma que no preparo de refeições caseiras e daquelas produzidas em restaurantes institucionais e comerciais.
*É nutricionista e atua no Tribunal de Justiça de Pernambuco no Núcleo do Programa Saúde Legal