Luiza Lian apresenta o show 'Azul moderno' no Teatro de Santa Isabel
Projetado como uma instalação, novo espetáculo da cantora paulistana tem elementos visuais pensados especialmente para o local onde será apresentado
Após encantar o público do festival Rec-Beat em março deste ano, Luiza Lian volta a se apresentar no Recife. Desta vez, a cantora paulista traz o show "Azul moderno", cuja turnê foi anunciada em junho e conta com patrocínio do projeto Natura Musical. A apresentação ocorre no Teatro de Santa Isabel nesta quarta-feira (17), às 20h. Em seguida, a artista segue para as cidades de Goiânia, Porto Alegre e Salvador.
Projeções mapeadas, luzes, cenografia e lasers fazem parte do show, pensado a partir da noção de cinema expandido. A proposta confere à performance ares de instalação visual. Dialogando diretamente com a arquitetura, o espetáculo se adapta e ganha singularidades a cada ambiente por onde passa.
"O Teatro de Santa Isabel é um lugar que tem uma característica mais clássica. Então, estamos atentos a essa delicadeza do espaço. Queremos conseguir levar o aspecto futurista do show junto com uma viagem mais antiga. Nossa vontade é jogar com os dois mundos", revela Luiza.
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A atenção à plasticidade acompanha a cantora desde os seus trabalhos anteriores. Com seu segundo disco, "Oyá Tempo" (2017), ela lançou o primeiro álbum-visual brasileiro. "Fiz faculdade de artes visuais. Acabei indo para a música e, de alguma maneira, não encontrava uma forma de conectar as duas coisas. Foi a partir de 'Oyá tempo' que eu assumi isso de fato. Acho que desde as minhas composições há um raciocínio imagético muito forte. Desenhar os shows foi minha maneira de voltar para as artes plásticas", conta.
Lançado no ano passado, "Azul moderno" foi premiado como melhor disco de 2018 pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA). O álbum reafirma a parceria entre Luiza e o produtor Charles Tixier, que já havia trabalhado com ela no disco anterior. A criação ainda contou com a ajuda do músico Tim Bernardes, líder da banda O Terno.
"As primeiras conversas sobre o álbum ocorreram em 2015. Chegamos a fazer uma viagem de imersão, mas no meio desse processo comecei desenvolver um EP, que cresceu e virou o 'Oyá tempo'. Depois de gravar com o Tim o que seria o 'Azul moderno', pedi para o Charles desconstruir tudo e usá-lo como uma base para os samples dele", detalha.
É evidente a importância que a espiritualidade tem para as composições da paulistana. Em canções como "Sou Yabá", "Pomba Gira do Luar" e "Tucum", a artistas deixa que suas crenças floresçam na sua produção musical. "Isso ocorre de uma maneira bem natural para mim. A espiritualidade é intrínseca à maneira como eu vejo o mundo. São símbolos que fazem parte da minha cosmologia pessoal, por isso está na minha música, ao lado da Billie Holiday. E se alguém que me ouve não acredita não tem problema, porque é também poesia", arremata.
Preparada para reencontrar o público recifense, a cantora aponta a música pernambucana com uma das suas fontes de inspiração. "Há dez anos, passei um pré-carnaval em Recife e estive em contato com a cena local. Estar em contato com isso foi determinante para que eu começasse a acreditar nas minhas composições. Fora que o manguebeat é, obviamente, uma referência muito forte. Acho uma das coisas mais incríveis que ocorreu na música brasileira nos últimos tempos", comenta.
Serviço
Show "Azul moderno", de Luiza Lian
Nesta quarta-feira (17), às 20h
No Teatro de Santa Isabel (Praça da República, s/n, Santo Antônio)
Quanto: R$ 40 e R$ 20 (meia-entrada)