Alessandra Maestrini apresenta 'O som e a sílaba' no FIG
Comédia musical escrita e dirigida por Miguel Falabella abre a programação do Festival de Inverno de Garanhuns, nesta quinta-feira
A 29ª edição do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) tem início hoje, no Agreste de Pernambuco. Abrindo a programação geral com artes cênicas, o Teatro Luiz Souto Dourado recebe o musical "O som e a sílaba", a partir das 19h. Escrita e dirigida por Miguel Falabella, a peça traz as atrizes Alessandra Maestrini e Mirna Rubim como protagonistas. A sessão tem entrada gratuita e os ingressos serão distribuídos a partir das 15h, na bilheteria do teatro.
O espetáculo foi concebido especialmente para as artistas, que estrearam em 2017. A trama é centrada na história de Sarah Leighton, uma mulher diagnosticada com Síndrome de Asperger, transtorno inserido no espectro do autismo. Se, por um lado, ela não consiga se enquadrar na sociedade, por outro, possui habilidades especiais em algumas áreas, especialmente a música. Após a morte dos pais, ela decide buscar a orientação de Leonor Delis, antiga diva da ópera que, pelas circunstâncias da vida, se tornou professora de canto.
O encontro entre essas duas mulheres muda completamente as trajetórias de ambas. Das diferenças que existem entre elas, acaba nascendo uma cumplicidade transformadora. "Uma tem uma dificuldade genética para se comunicar socialmente, mas alimenta um desejo absurdo de quebrar isso tudo e chegar até o outro. Já a outra, por conta de suas dores, se fechou para o mundo e para o próximo. Uma vai ajudar a outra a sair de dentro das suas armaduras", adianta Alessandra, que interpreta Sara.
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Para viver uma personagem com autismo, Alessandra buscou os conselhos da cineasta Julia Balducci, que possui a síndrome e ajudou a fundar a ONG Autismo e Realidade. "Sentamos para conversar, lemos juntas o texto e eu perguntei se havia algo que a incomodava. Quando ela confirmou que havia gostado de tudo, eu soube estava no caminho certo. Acho muito importante levar informações sobre esse assunto para a sociedade", comenta a atriz, que diz estar satisfeita com a resposta do público ao final das apresentações.
"A mensagem principal é a importância de abraçar e acreditar nos próprios sonhos e nos de quem está à nossa volta. Basicamente, o espetáculo mostra que com fé, coragem e amor tudo é possível. Assim como em todos os textos do Miguel, seja na televisão, no teatro ou no cinema, é uma comédia que utiliza um humor de empatia e cumplicidade. Ou seja, não ri de, mas ri com. E por conta disso todo mundo se identifica. Todos, em algum momento da vida, se sentiu diferente ou incompreendido. É um espetáculo sobre o quanto vale à pena mergulhar na nossa essência e, ao mesmo tempo, ter um olhar mais sensível para o próximo", conta.
Desde a sua estreia, o musical já abocanhou alguns dos mais importantes prêmios teatrais brasileiros, entre eles o Bibi Ferreira de Melhor Roteiro Original em 2018. "Dos trabalhos que eu mais me orgulho, esse certamente está no topo da lista. Eu, Mirna e Miguel temos muita química e intimidade. Somos um bando de amigos brincando juntos e disso saem algumas jogadas incríveis", revela Alessandra, que também mostra o seu potencial como cantora lírica em cena. A paulista, que possui dois CDs gravados, revela que sente vontade de se dedicar mais à carreira musical, despida de personagens. "Sou muito cobrada pelos meus fãs por isso. Estou louca para fazer vários shows. É só uma questão de viabilizar isso", promete. Na TV, ela volta ao ar até o final do ano, com um papel na mais nova série de Falabella, intitulada "Eu, minha avó e a Boi".