Israel e Palestina devem aceitar fronteiras de 1967 e dividir Jerusalém, diz secretário americano

Kerry também insistiu em que Jerusalém deve ser reconhecida internacionalmente como "a capital de dois Estados"

Secretário de Estado americano, John Kerry - Paul J. Richards/AFP

O secretário de Estado americano, John Kerry, urgiu nesta quarta-feira (28) a Israel e à futura Palestina a estabelecerem dois Estados baseados nas fronteiras anteriores à Guerra dos Seis Dias de 1967, com um intercâmbio consensual de territórios.

Kerry, que deixará o cargo em 20 de janeiro, também insistiu em que Jerusalém deve ser reconhecida internacionalmente como "a capital de dois Estados" e que Israel deve ser reconhecido como um "Estado judaico", acrescentou.

Em seu discurso em Washington, Kerry advertiu que a continuação dos assentamentos israelenses em territórios ocupados ameaça a possibilidade de paz com os palestinos.

Para o secretário americano, Israel está em vias de uma "ocupação perpétua" da terra palestina.

Resposta de Israel

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu denunciou o discurso "enviesado" contra Israel pronunciado nesta quarta-feira pelo secretário de Estado americano, John Kerry, sobre o conflito entre israelenses e palestinos.

"Assim como a resolução do Conselho de Segurança que o secretário Kerry promoveu na ONU, seu discurso dessa noite estava enviesado contra Israel", reclamou o gabinete de Netanyahu, em um comunicado.

"Durante mais de uma hora, Kerry abordou, obsessivamente, o tema das colônias e apenas tocou na raiz do conflito - a oposição palestina a um Estado judeu em qualquer tipo de fronteira", completou.