Mostra Sesc de Cinema exibe 61 filmes em Pernambuco

A programação conta com 42 filmes nacionais e 19 produções locais, com sessões em nove unidades do Sesc em Pernambuco, a partir desta segunda-feira

"Mateus", de Déa Ferraz, é um dos destaques da programação - Divulgação

Em sua terceira edição, a Mostra Sesc de Cinema começa a circular a partir desta segunda-feira (11), difundindo a produção audiovisual brasileira por todos os estados do país. Um total de 42 filmes nacionais foi selecionado por meio de concurso, que recebeu 1.200 inscrições. Em Pernambuco, a programação conta ainda com 19 produções locais, para exibição em nove unidades do Sesc, até 29 de novembro.

As sessões são gratuitas e passam pelas cidades e de Recife, Jaboatão dos Guararapes, Goiana, Arcoverde, Belo Jardim, Caruaru, Garanhuns, Petrolina e Triunfo. "Dentro da missão do Sesc, nós garantimos o direito de acesso à produção cinematográfica diversificada, não só aquela estabelecida pelos grandes circuitos comerciais. Em um momento em que o audiovisual está com seus orçamentos comprometidos, a gente fomenta o trabalho de novos diretores, que normalmente não têm janelas de exibição, permitindo que eles rodem com seus filmes por todo o país", Naruna Freitas, instrutora de atividades artísticas do Sesc Pernambuco e coordenadora do projeto no estado.

O primeiro local a receber a mostra é o Cine Teatro Samuel Campelo, na região central de Jaboatão. Hoje, serão exibidos os filmes "Quando a chuva vem?", de Jefferson Batista, e "Guerreiros da rua", de Erickson Marinho, às 14h30. Mais tarde, a partir das 19h30, os espectadores ficam com "Atrofia", de Geisla Fernandes e Wllyssys Wolfgang, e "Amores de chumbo", de Tuca Siqueira.

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Entre as obras que circularão nacionalmente, o único representante pernambucano é "Mateus", da diretora Déa Ferraz. O longa-metragem estreou na Mostra Pajeú, no primeiro semestre deste ano, e só teve algumas exibições pontuais em Pernambuco. "Essa mostra veio como um presente. O filme será exibido em todas as capitais. É melhor do que o circuito em salas de cinema tradicionais, inclusive, porque a gente gasta uma grana para ser exibido e é bem difícil de colocar público nas salas. Estamos vivendo um período em que o cinema está sendo muito atacado. Por isso, pensar essas novas formas de distribuição é pensar em revolução", comenta a cineasta.

O documentário foi filmado em 2014 e finalizado em 2017. Para a diretora, a obra se distancia muito de seus dois trabalhos anteriores. "Filmei 'Câmera de espelhos' e 'Modo de produção' em 2013. São filmes que eu considero muito pesados e que, do ponto de vista da forma, partem de uma delimitação geográfica. Depois disso, senti uma vontade grande de cair na estrada e respirar, sem ter muito controle sobre o processo de criação", conta.

Déa acompanha os atores Cláudio Ferrário e Odília Nunes (os palhaços Jurema e Bandeira), que partem em uma jornada pela Zona da Mata de Pernambuco. Viajando em um fusca, eles buscam encontrar os Mateus, personagens da cultura popular que povoam o universo do cavalo-marinho. "Mostramos quatro mestres. Todos têm uma capacidade absurda de se lançar no vazio. Chegamos lá e eles toparam brincar sem nem saber o que seria feito, porque não têm medo do ridículo, do julgamento. É uma liberdade que, para mim, é onde está a potência do filme", revela. A primeira sessão do filme será no dia 15 de novembro, às 19h30, no Samuel Campelo.