Hobby ajuda a deixar a mente longe das preocupações
Com o aumento do estresse e das cobranças no cotidiano do século 21, atividades que possam transportar quem as realiza para um ponto de relaxamento são indicadas
Hobby, passatempo, amenidade, distração. Todo mundo tem, nem que seja um, mesmo sem perceber. Desde assistir à TV a praticar algum esporte, as atividades realizadas apenas por lazer, sem remuneração, são consideradas hobbies.
Com o aumento do estresse e das cobranças no cotidiano do século 21, atividades que possam transportar quem as realiza para um ponto de relaxamento são indicadas, principalmente as que modificam a dinâmica costumeira do dia a dia do indivíduo. O hobby tem a ver com paixão e amor, e não com remuneração. Quantas pessoas são amadoras em uma atividade?
Amador da música e dos instrumentos de corda, César Filgueiras, 35, aprendeu a tocar seu primeiro instrumento aos 12 anos, um violão. Hoje o mestre em Geologia toca ,ainda, cavaquinho, guitarra, baixo, teclado e planeja aprender sanfona. "Antes de todas essas nossas ferramentas, no pré-streaming, a gente tinha vinil e CD. Meu pai colocava para tocar, nos finais de semana, umas oito horas da manhã, a gente lá em casa já acordava com música", contou.
Para César, a música é uma fuga das preocupações e ele diz que só encara como um hobby por não receber. "Hoje eu toco em umas quatro bandas amadoras diferentes, a única dificuldade é conciliar o tempo, mas a dedicação é a mesma que tenho para o trabalho", explicou.
“Hobby é algo que você faz por prazer, que vai te gerar prazer, é algo dependente da pessoa”, explicou a psicóloga Fernanda Almeida. Ela contou que há variações de atividades que desconectam o indivíduo do seu dia a dia e essas atividades são diferentes para cada um. “Tem gente que acredita que ir à academia é um hobby. Estar ali levantando peso pode gerar prazer pra ele, pra outras pessoas, pode não ser assim”, confessou.
Rafaela Inácio, enfermeira, joga bola pelo menos duas vezes na semana. Para ela, a atividade é tanto um passatempo quanto uma forma de militância. "Futebol é minha forma de me fazer presente na sociedade como mulher, feminista, como espectadora, torcedora do Santa Cruz, e como resistência, como mulher que joga bola numa sociedade machista", explicou.
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Para ela, ter algo que a faça escapar dos problemas do cotidiano é essencial para ter um corpo e uma mente sã. "Ter o futebol me faz sentir muito melhor com meu corpo, com minha saúde, melhor de saber que estou me cuidando. Por que sedentarismo só atrai coisas ruins, tanto para o seu corpo físico quanto para o seu espírito, ficar só parado na mesma coisa não é bom em nada", contou.
Para a psicologia, o passatempo é uma importante ferramenta de tratamento, chegando a ser considerado um remédio por muitos profissionais. “Com relação ao tratamento de depressão, da ansiedade, o paciente é orientado a ir ao cinema, a ler um livro, a praticar alguma outra atividade. Isso porque, nesse momento, ele vai exercitar o que gosta, produzindo hormônios da felicidade”, esclareceu Fernanda Almeida.
Com relação ao tempo e à disposição para realizar pôr em prática os hobbies, a psicóloga esclareceu que, quando a atividade realmente faz bem, a motivação aparece. “Quanto mais a gente encaixar atividades que gerem prazer no nosso dia a dia, mais o dia vai ser leve. Então, quanto menos a gente pratica algum hobby, menos feliz o dia vai ser”, finalizou.
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