Os preparativos para o centenário da escritora também começam agora. Os três primeiros livros escritos por Clarice ("Perto do Coração Selvagem”, “O Lustre” e “A cidade sitiada”) estão sendo relançados pela editora Rocco, com capas novas ilustradas pela própria autora e conteúdo inédito extra escrito por especialistas em suas obras, como Nádia Battella Gotlib, Clarisse Fukelman, Benjamin Moser, Aparecida Maria Nunes, Ricardo Iannace, Marina Colasanti, Eucanaã Ferraz, Teresa Montero e Arnaldo Franco Junior.

Entre eles, destaca-se Paulo Gurgel Valente, filho de Clarice, que, pela primeira vez, irá escrever sobre o trabalho da mãe. Até dezembro de 2020, novos lançamentos e eventos estão sendo programados.

Nascida na Ucrânia, Clarice Lispetor passou a infância e parte da adolescência no Recife, cidade com a qual sempre manteve forte ligação. Os rastros que deixou na Capital pernambucana, porém, estão cada vez mais desgastados. A casa onde morou, na praça Maciel Pinheiro, foi tombada pelo Governo Estadual e deveria ser transformada num centro cultural, mas segue tão abandonada quanto seu entorno.

Consultada a respeito da situação precária em que o imóvel se encontra, a Secretaria Municipal de Cultura frisou que a casa não é de propriedade da Prefeitura, mas não soube determinar se há algum tipo de parceria voltada para a reforma da mesma. Sobre os eventuais preparativos para a celebração do seu centenário de nascimento, no ano que vem, tanto a Secretaria Municipal quanto a Secretaria Estadual de Cultura afirmaram que ações estão sendo elaboradas, mas ainda não foram formatadas.