Atentos a reajustes do DF, gestores aguardam sanção para amanhã
MP para reajustar em 25% salários no DF acende alerta
O presidente Jair Bolsonaro avisou, na última quinta-feira, que sancionaria o projeto de socorro aos estados e municípios "o mais rápido possível", mas não deu data certa. Os governadores, impacientes e atentos, anotaram, ontem, que o presidente deve editar, hoje, uma medida provisória para aumentar em 25% o salário de policiais e bombeiros do Distrito Federal. De olho nisso, os gestores aguardam que Bolsonaro sancione o PLP 39/2020 amanhã.
Ao se reunirem com o presidente na quinta, os gestores deram apoio para que fosse vetado o reajuste de servidores públicos, depois que o congelamento de salários havia sido flexibilizado na Câmara e acatado pelo Senado. Na ocasião, foi o governador Reinaldo Azambuja (MS), na condição de porta-voz, que hipotecou o apoio para que o presidente vete trecho do texto que abre brechas para que algumas categorias recebam reajustes. A MP, que permite aumento referente a policiais e bombeiros do DF, deixou os governadores na expectativa. Eles fazem a conta de que o presidente tinha 20 dias para sancionar o projeto, que dorme na mesa dele desde o último 7, quando foi liberado para sanção. A impaciência cresce dada a média nacional de queda na arrecadação do ICMS, para maio, que é de 40%. A reunião da última quinta serviu para alinhar o entendimento, mas, ali, governadores já previam que a "versão paz e amor" do presidente com os governadores não duraria 24 horas. Foi dito e feito. A exibição do vídeo da reunião ministerial, cujo sigilo foi retirado pelo ministro Celso de Mello na última sexta, causou um estrago no esforço de pacificação, dada a falta de liturgia com que o presidente tratou governadores na gravação. De lá para cá, se deu um certo silêncio em relação ao socorro aos estados, mas governadores seguem atentos.