Comerciantes da orla de Jaboatão dos Guararapes são recadastrados
Há 280 comerciantes regularizados trabalhando na orla local
Com o objetivo de dar início ao recadastramento de barraqueiros e ambulantes, funcionários da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo da Prefeitura de Jaboatão dos Guararapes realizaram, no último domingo (22), um levantamento do número de comerciantes que atuam nas praias de Piedade, Candeias e Barra de Jangada. “A ideia é confrontar dados deixados pela gestão anterior e analisar se houve alguma mudança”, afirma o secretário Marlus Costa.
As equipes orientaram os vendedores sobre limpeza, segurança e ordenamento das barracas na faixa de areia. “Nossa presença não tem viés de fiscalização, mas esse monitoramento deve ocorrer depois da efetivação dos cadastros”, diz o secretário, que estuda a possibilidade de oferecer cursos de capacitação. “Queremos dar o melhor atendimento possível aos turistas e moradores”, explica.
Há 280 comerciantes regularizados trabalhando na orla local. Eles não pagam taxa à prefeitura, mas precisam seguir normas, de acordo com o Decreto nº 133/2013. “A gente não pode preparar os alimentos na praia. Também não é permitido vender bebidas em garrafas de vidro”, aponta Maria das Graças Santos, 57 anos, que há três décadas comercializa em Piedade.
Para Valmir da Silva, 29, a imposição de regras deveria vir acompanhada de benefícios. “Estou em Piedade há pouco mais de um ano e acho que muita coisa poderia mudar. A gente poderia ter um lugar coletivo para guardar nossos materiais. Hoje preciso pagar para deixar minhas cadeiras e todo o resto num local alugado”, diz.
Outras cidades
Em Boa Viagem, no Recife, onde a prefeitura promete padronizar todas as barracas e guarda-sóis até o fim deste mês, a principal reclamação dos comerciantes é a falta de banheiros. “Não há condições de trabalhar à vontade por aqui. Fico numa área privilegiada, entre dois grandes hotéis, e não há um banheiro sequer. Os clientes ficam constrangidos e nós deixamos de ganhar com isso”, diz Anisia da Silva, 54. “Dia desses, nós contratamos um banheiro químico para nossos clientes em atendimento, mas os fiscais vieram e apreenderam”, conta Rosário Barbosa, 50.
Em Casa Caiada, Olinda, a reportagem constatou preparo de comida na orla, caixas de som e venda de bebidas em recipientes de vidro. “Acho os preços bem mais baratos do que em Boa Viagem. Em compensação, a higiene das barracas deixa muito a desejar”, fala a estudante Thaynne Moraes, 19.