Cinema

Death Note, de Adam Wingard, é deturpação da criação original

A Netflix ataca novamente, deixando fãs do prestigiado anime constrangidos

Divulgação

A produção da Netflix baseada no anime Death Note é uma total deturpação da criação original, transformando o protagonista de um gênio com complexo de Deus a um zero-à-esquerda, egoísta e apaixonado. 

Sem as grandes complicações internacionais e os múltiplos assassinos, a jornada do Kira (Light Yagami) e seu shinigami é menos empolgante que a dos adolescentes de Super Bad tentando comprar bebidas.

A produção é infiel no visual dos integrantes e descarta alguns personagens. Retira a postura imponente do Light, o deixando como um fracassado e tolo, fazendo coisas inconcebíveis para o papel em questão. 

O shinigami Ryuk também deixa de ser retratado da forma correta e passa a lembrar e agir como um demônio. Isso pode ser um sintoma que o diretor não entendeu direito do que se tratava a entidade ou tentou modificar o significado da mesma. 

O filme atingiu a surpreendente nota de 38% no Rotten Tomatoes, onde foi avaliado como uma "bagunça" na identidade do anime, essa que faz dele tão atrativo para o público.

A diferença entre as duas produções é um abismo. A nota do anime no mesmo site de crítica é de 100% e a pontuação média com o público é de 95%.

Algumas produções, por mais excelentes que sejam nas suas nacionalidades, quando americanizados passam a ser uma bela jogada econômica, abandonando o princípio do entretenimento qualitativo e buscando o alcance das massas com baixa qualidade de produção.