Xô, insônia

No Dia Mundial do Sono, neurologista dá dicas para melhorar a qualidade da hora de dormir

A pandemia impulsionou o aumento de casos de insônia, no entanto há outros transtornos do sono que têm diagnóstico e tratamento

Qualidade do sono - Divulgação

O Dia Mundial do Sono é celebrado nesta sexta-feira (19). No Brasil, a campanha “Sono Regular, Futuro Saudável”, lançada nesta data, chama a atenção para a importância do sono na saúde global e qualidade de vida individual e coletiva.

O movimento é organizado pela Sociedade Mundial do Sono, Academia Brasileira de Neurologia e Associação Brasileira do Sono.

A coordenadora do Departamento Científico de Sono da Academia Brasileira de Neurologia, a neurologista especialista em sono Clélia Franco, reconhece o aumento de casos de insônia durante a pandemia do coronavírus.

“O estresse emocional, físico, familiar, profissional e social associado à pandemia gera estado ansioso e hiperalerta, mecanismo precipitante e perpetuador da insônia”, destacou.

A neurologista define um sono de má qualidade aquele de curta duração, menos de sete horas, com muitos despertares, baixa eficiência, causando sintomas diurnos como sonolência, fadiga, baixa concentração, entre outros.

“Já está estabelecido pela ciência que o sono de má qualidade é fator de risco para várias doenças e acidentes diurnos decorrentes da sonolência e desatenção, aumentando a morbidade e mortalidade, custos com saúde e comprometendo a qualidade de vida, a performance familiar, social e profissional”, assegurou Franco.

Neurologista Clélia Franco (Foto: Divulgação)

Entre as doenças decorrentes da má higiene do sono, a especialista destaca a cardiovascular, cerebrovascular, demências, autoimunes, síndrome metabólica e diabetes, transtornos do humor, envelhecimento precoce e neoplasias.

De acordo com a neurologista, são vários os transtornos do sono, porém os mais prevalentes na população adulta são a insônia, ronco e apneia e a síndrome das pernas inquietas; nos adultos jovens e adolescentes, são comuns os distúrbios do ritmo do sono.

Já nas crianças, finaliza ela, há a apneia e as parassonias como sonambulismo e terror noturno.

A apnéia do sono, que ocorre nas três faixas etárias, é um traço genético constitucional, onde a pessoa tem estreitamento das vias aéreas superiores pela sua anatomia ou má-formações craniofacial ou por situações adquiridas a exemplo da obesidade, envelhecimento e hipotireoidismo.

“Caso haja queixas acerca do sono, inclusive de um familiar, a orientação é procurar um médico para o diagnóstico e tratamento”, concluiu Franco. 

Semana do Sono
A médica Clélia Franco participará, neste sábado (20), às 9h, da Semana do Sono, abordando o tema Principais Distúrbios do Sono em Crianças. O evento é promovido virtualmente pelas associações brasileiras do Sono, da Medicina do Sono e da Odontologia do Sono. Mais informações no site do evento.

 

 

Dicas para higiene do Sono

1.Procure deitar e se levantar em horários regulares todas as noites

2.Vá para a cama somente quando estiver sonolento, com sono
3.Não use a cama para leitura, ver televisão ou se alimentar; prefira a sala ou outro ambiente

4.Evite ficar na cama sem dormir. Se necessário, levante e faça uma atividade calma até ficar sonolento novamente. Ficar na cama rolando de um lado para outro gera estresse e piora a insônia

5.Estabeleça um ritual de relaxamento antes de se deitar - um banho quente, diminuir a luminosidade do quarto enquanto se prepara para deitar

Folha de Pernambuco · 19.03.21 - Canal Saúde - A importância do sono na qualidade de vida