Pequenos negócios no mundo on-line: expansão nas vendas e divulgação sem limites
As redes sociais podem ser o ponto de partida para a divulgação e a venda dos produtos, possibilitando um contato direto com o consumidor
Devido à pandemia da Covid-19, muitas empresas viram a necessidade de começar a investir nas vendas feitas de forma on-line, para aumentar o lucro e atrair novos clientes. Através do mundo virtual, o consumidor faz as suas compras com mais comodidade, sem precisar sair de casa. Além das grandes empresas, os pequenos empreendedores também podem aproveitar a onda de crescimento das vendas virtuais no Brasil e embarcar nesse caminho, expandindo o seu negócio para outros públicos. Plataformas de e-commerce, marketplaces e as redes sociais podem ser o espaço ideal para quem deseja começar.
“É muito importante para o pequeno, médio ou o empreendedor que esteja pensando em abrir o seu negócio que comece também a pensar em estar no meio digital e não somente no meio físico, para que ele possa atender a uma clientela que vai além daquela que passa por dia no estabelecimento dele. Ele tem que pensar que tem um novo número de clientes que vêm crescendo e que não vai querer no futuro fazer alguns tipos de deslocamento para ir até uma loja, ele vai preferir ir, em alguns casos, até em um site, plataforma ou aplicativo e fazer um pedido de um produto ou de um serviço”, afirma o professor de Gestão Comercial da Faculdade Senac, André Gomes.
Para os pequenos empreendedores começarem no mundo virtual alguns pontos são fundamentais para que as vendas se desenvolvam de forma positiva. “É necessário que o empreendedor determine quem é o seu público-alvo, fazendo uma pesquisa simples para saber quais as redes sociais ou as plataformas, como e-commerce e marketplaces, os clientes mais gostam de se relacionar. Além disso, a geração de conteúdo no meio digital é o que vai alavancar as vendas. Você pode ofertar mais que o produto, como dicas, imagens e vídeos. Também é fundamental pensar como será feita a logística de entrega e determinar quais produtos serão expostos no meio digital, além de destacar o tamanho desse estoque. É necessário lembrar que o estoque do digital é separado do físico, para que não ocorram falhas na compra dos clientes”, reforça o professor. Baixe sua planilha de controle de estoques gratuitamente.
Criado há 40 anos por Lenivaldo Romão e composto por cinco integrantes da mesma família, o empreendimento familiar de frutas, verduras e legumes com ponto físico na feira do município do Paulista, na Região Metropolitana do Recife, teve que se reinventar em meio à pandemia da Covid-19.
A partir da necessidade de adaptação para que as vendas crescessem, o gerente Luiz Romão e a social media Carolina Romão, filhos do proprietário e funcionários da empresa, resolveram dar a ideia de abrir às vendas também para o meio digital, nas redes sociais Facebook (Paulista Hortifrutti), Instagram (@paulistahortifrutti) e WhatsApp (81.98595-8849). Intitulado de “Paulista Hortifrutti Delivery”, o empreendimento on-line realiza entregas para os municípios de Paulista e Olinda. Com isso, as pessoas não precisam mais se deslocar até a feira para comprar os seus produtos, a praticidade está a um clique de distância.
“Nós vimos que muita gente não ia mais para a feira para não se expor ao Coronavírus e, consequentemente, as vendas caíram. A partir disso, nos juntamos e pedi para a minha irmã fazer um modelo de negócio on-line, desenvolver as artes e criar o nosso Instagram. Faz pouco mais de 1 mês e meio que começamos nesse modelo. Com essa implementação, conseguimos angariar clientes por divulgação e promoções no Instagram. Aos poucos as vendas estão melhorando. Nós estamos alcançando um público que antes nós não conseguíamos alcançar”, explica o gerente Luiz Romão.
“Nós estamos começando a investir mais em divulgações, promoções e fazendo curso de marketing digital para aprender como empreender mais, porque a gente era totalmente inexperiente nessa área. Como estamos vendo que a demanda está começando a aumentar, estamos nos aprimorando, investindo mais na plataforma do Instagram, procurando outros meios digitais como o telegrama e a criação de um site facilitando para os clientes fazerem os pedidos”, complementa Luiz.
Criado em 2008, o marketplace de produtos criativos Elo7 tem como conceito a fomentação dos negócios de pequenos e médios empreendedores e conta com mais de 130 vendedores ativos na plataforma gratuita. A empresa disponibiliza para os colaboradores guia de como criar um layout atrativo para a loja, além de dicas através de seu blog, de como criar estratégias para redes sociais, tarefas diárias a serem cumpridas no ambiente digital para captar e manter clientes e marketing mês a mês.
“Apostamos nessas e outras iniciativas, porque acreditamos que é fundamental disponibilizar ferramentas gratuitas para que os empreendedores consigam trabalhar e garantir sua fonte de renda - ou até mesmo complementar a renda neste período difícil que estamos vivendo por causa da pandemia. Assim, além de ajudar os pequenos negócios, ajudamos a movimentar o mercado, e nos apoiamos em busca de soluções”, explica a diretora de marketing do Elo7, Renata Castilho.
Usar da criatividade, da personalização, da comunicação e da agilidade podem ser fatores favoráveis para os pequenos negócios que desejam seguir o caminho das vendas virtuais. “Para se destacar entre seus concorrentes, crie produtos diferentes ou dê uma nova roupagem aos que já produz. Uma vitrine virtual deve ser como uma vitrine de loja física, sempre com novidades, e customizada de acordo com as datas comemorativas. Além disso, é necessário ser claro com o cliente sobre o prazo e frete para evitar surpresas desagradáveis. Para manter essa boa experiência dos clientes, é fundamental dialogar, perguntar o que o cliente achou do produto, se mostrar aberto mesmo que virtualmente. E por fim, esteja atento às dúvidas dos consumidores”, ressalta a diretora.
Devido à pandemia da Covid-19, o Governo de Pernambuco lançou em 2020 a plataforma de e-commerce gratuita Compre PE (comprepe.pe.gov.br), para ajudar os pequenos negócios de todo o estado a investirem nas vendas on-line. Com 988 empreendedores presentes na plataforma atualmente, diversos segmentos podem ser encontrados, como mercados públicos, fotografia e filmagem, roupas e acessórios, domésticos, festas e eventos, alimentação e bebida e artesanato.
No ramo da costura desde os 15 anos, o Senegalês Lassana Mangassouba de 32 anos, chegou ao Brasil em 2015 com o objetivo de melhorar de vida. Em Dakar, sua cidade de origem, Lassana abriu o seu primeiro ateliê. Assim que chegou no Recife, o estilista resolveu criar a sua empresa “Lassana Mangassouba Moda Africana”, trazendo a beleza da moda africana para o centro da capital pernambucana.
Através da plataforma de e-commerce Compre PE e das redes sociais Instagram (@lassanamoda) e WhatsApp (81.98572-5806), o estilista viu opções para expandir o seu negócio em meio à pandemia da Covid-19.
“As redes sociais têm me ajudado muito na divulgação do meu trabalho. Além disso, através da plataforma Compre PE, consigo chegar mais rápido aos clientes e apresentar o que tem de mais lindo na cultura africana, me ajudou muito quando tudo fechou. Continuamos vendendo on-line e fazendo entrega a domicílio, além das vendas físicas”, afirma Lassana.
“Nossa meta é que cada cidade do estado tenha empresas cadastradas no Compre PE, porque vai ajudar a venderem os seus produtos em um momento difícil de pandemia como esse, onde o mundo está buscando essa alternativa do mercado de e-commerce, crescente no mundo todo”, ressalta o secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação, Alberes Lopes.
Para quem está começando no mundo virtual, a praticidade e custos menores são essenciais para alavancar os negócios e, posteriormente, migrar para outras plataformas. “Uma empresa ou um negócio para começar tem que ter clientes, um espaço físico para encontrar os clientes, como negociar, comprar, vender e ter fornecedores, mas tudo isso pode ser transferido para o digital. No digital, a estrutura mais básica que a ser atingida, que tenha o menor tipo custo possível operacional, é a rede social, que é gratuita e serve como uma vitrine. para quem quer começar do 0, as redes sociais são indicadas, por você fazer a divulgação do seu trabalho no próprio local”, afirma o analista do Sebrae-PE, Caio Monteiro.
Os marketplaces também são opções para quem está começando e não quer ter um contato tão próximo com os clientes como nas redes sociais. “Apesar de ter um custo maior, porque a plataforma pega uma parcela das compras, o marketplace também é indicado pela praticidade para quem está começando, já que ele faz todo o marketing e divulgação por ele mesmo, porque é uma plataforma grande e atrai grande público, mas ele acaba “abocanhando” uma porcentagem maior da sua venda, e fica mais difícil crescer a longo prazo”, complementa Caio.