A cada dieta, organismo reage de um jeito diferente
Normocalórica, hipercalórica e hipocalórica: qual a diferença?
Via de regra, quando ouvimos a palavra dieta, associamos imediatamente a uma rotina com restrições de calorias para um consequente emagrecimento. Mas engana-se quem pensa que a perda de peso é o único e exclusivo objetivo concreto para um plano alimentar orientado por especialista.
De acordo com Maria Julia Coto, consultora em Nutrição da Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (ABIMAPI), existem inúmeras dietas e todas com objetivos concretos como, por exemplo, para tratar alguma patologia, ganhar, manter ou perder de peso.
"Estes três últimos casos (ganhar, manter ou perder peso) são dietas que se diferem fundamentalmente no teor calórico que proporcionam em relação à taxa metabólica de cada pessoa (as calorias que necessita uma pessoa para realizar as suas funções vitais durante um dia)", explica a consultora.
Pouco comentada no boca a boca, a chamada dieta normocalórica é indicada para manter o peso. Baseia-se no consumo de duas mil calorias por dia e, geralmente, é indicada para adultos eutróficos, ou seja, para gente que tem uma alimentarotineira com boa qualidade nutricional. Este programa fornece calorias e nutrientes em quantidades adequadas. A maior parte vem dos carboidratos, cerca de 55% a 60% do total de calorias diárias. "Ele está presente no macarrão, biscoito, pães, entre outros alimentos. É a nossa principal fonte de energia, garante o funcionamento do metabolismo de forma eficiente e, em falta, resulta em cansaço, fadiga muscular, alteração do sono, câimbras e perda de massa muscular", justifica Maria Julia. Em seguida estão as 10% a 20% de proteínas, e não mais de 30% de gordura.
Dietas hipercalórica e hipocalórica
A primeira é orientada para os indivíduos que precisam ganhar peso - caracteriza-se por proporcionar um valor energético superior às necessidades diárias. Em outras palavras, é uma dieta que proporciona mais calorias das que o organismo queima durante o dia. Geralmente é direcionada a atletas. "Enquanto o consumo de calorias diárias de um indivíduo (que não pratica esporte) gira em torno de duas mil calorias, o de um jogador de futebol, por exemplo, pode chegar a quatro", explica a nutricionista.
Nesse caso, os geralmente considerados vilões da alimentação, os carboidratos, têm papel essencial para o funcionamento do organismo. "O carboidrato é um macronutriente que vem ganhando grande espaço nos estudos devido a seus efeitos positivos no esporte, principalmente por dois motivos: primeiro que é a principal fonte de energia e devido seus depósitos no corpo não serem tão grandes, é necessário adquiri-los pela alimentação seja no pré e no pós-treino, ou durante o dia; e segundo, que é o combustível principal para o cérebro e sistema nervoso central", conclui a nutricionista.
Como o próprio nome sugere, a alimentação hipocalórica é exatamente o oposto - com consumo reduzido de calorias, menos do que o corpo necessita.
"Resumidamente, podemos dizer que este tipo de dieta proporciona cerca de 500 kcal menos das necessárias. Recomenda-se evitar défices de mais de 1000 kcal/dia durante períodos prolongados, já que, além de ser difícil de cumprir, se não for bem desenhada, resulta complicado que proporcionem todos os nutrientes necessários, aumentando o risco de deficiência nutricional", esclarece Maria Julia Coto.
"Se engana quem pensa na restrição de qualquer tipo de nutriente, como nos outros tipos de dietas, é necessário ter todos os grupos alimentares presentes no cardápio, a única diferença é que serão porções menores", conclui.