Vítimas de desmoronamento de gruta em Altinópolis (SP) terão velório coletivo
Os corpos dos nove bombeiros civis foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Franca (SP) e já liberados para serem velados
As vítima que morreram soterradas após o teto de uma gruta desabar em Altinópolis (SP) no último domingo terão velório coletivo, informou nota oficial divulgada pelo gabinete do prefeito José Roberto Ferracin Marques (PSD) na manhã desta segunda. Os corpos dos nove bombeiros civis foram levados ao Instituto Médico Legal (IML) de Franca (SP) e já liberados para serem velados.
Celso Galina Junior, José Cândido Messias da Silva, Elaine Cristina de Carvalho, Rodrigo Triffoni Calegari, Jonatas Ítalo Lopes e Jenifer Caroline da Silva serão velados no Ginásio de Esportes Marinheirão, na cidade de Batatais (SP). Por decisão de familiares, Natan de Souza Martins será velado na própria cidade de Altinópolis, Ana Carla Costa Rodrigues de Barros, em Sales de Oliveira e Débora Silva Ferreira, em Monte Santo de Minas.
A nota informou ainda que os dois sobreviventes da tragédia apresentam quadro estável. A.M, que mora em Franca (SP), está internado na Santa Casa de Batatais com fratura na clavícula e suspeita de pneumotórax. Já Walace Ricardo da Silva, de 31 anos, que chegou a ser soterrado, está na Unidade de Emergência de Ribeirão Preto (SP). Morador de Batatais, ele fraturou membros e passou por cirurgia ortopédica.
A Coordenadoria Municipal de Defesa Civil disse, também em nota, que o local era de uso particular, e não um ponto turístico da cidade. O treinamento que ocorreu na data foi promovido pelo grupo Bombeiros Unidos Sem Fronteiras de Batatais e não houve aviso à prefeitura da cidade.
A defesa municipal de Altinópolis interditou a propriedade no ponto que dá acesso à gruta, a fim de evitar que novos acidentes ocorram.
O prefeito de Altinópolis decretou luto de três dias no último domingo, sob a justificativa de que a tragédia é a maior da história da cidade.
O desmoronamento ocorreu por volta de 1h da manhã de domingo. Um grupo de 28 pessoas fazia a incursão, que havia começado ainda na tarde de sábado, quando parte do teto da gruta desabou e soterrou 10 delas.
Chovia muito na região, mas os instrutores da empresa Real Life Treinamento entenderam que deveriam seguir com a dinâmica. Segundo o próprio dono da empresa, Sebastião Abreu, em declaração dada ao portal G1, os responsáveis deveriam ter avaliado melhor os riscos.
— Tem que haver uma análise de risco. Você vem ao local, faz a análise de risco. Se houver condição de realizar o treinamento, você faz. Senão, você remarca outro dia e faz o treinamento para ter todas as precauções. Isso acabou não acontecendo — afirmou.
O Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil afirmam que não foram avisados sobre o treinamento na gruta. Participaram do resgate mais de 70 militares, além de PMs, agentes da Defesa Civil municipal e geólogos da Defesa Civil estadual.