Tarifas de Angra 1 e 2 sobem quase 40% e devem pressionar contas de luz em 2022
Alta decorre pelo aumento do preço do combustível
A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou nesta terça-feira um reajuste de 39,8% na tarifa que remunera a energia produzida pelas usinas nucleares Angra 1 e 2, ambas operadas pela estatal Eletronuclear e localizadas em Angra dos Reis, no litoral do Rio.
O aumento deve ajudar a pressionar as tarifas de energia no ano que vem, que já devem subir por conta da alta do dólar e dos preços do gás e do diesel, que são combustíveis para termelétricas.
O reajuste é espalhado entre as distribuidoras de acordo com a quantidade de energia de Angra contratada por cada empresa. Segundo a Aneel, o impacto médio tarifário para as distribuidoras de energia será de 0,75%. Esse percentual deve ser repassado para as tarifas de energia dos consumidores.
A tarifa passa de Angra 1 e 2 passa de R$ 249,64 por megawatt hora (MWh) em 2021 para R$ 349,15 por MWh em 2022. O novo valor entra em vigor a partir de 1º de janeiro.
Para se ter uma ideia, hoje, o preço de referência da energia produzida por termelétricas é de R$ 186,88/MWh.
A alta no preço do combustível usado pelas usinas foi o principal fator que puxou para cima a tarifa de Angra 1 e 2. Além disso, a tarifa cobrada neste ano foi insuficiente para cobrir todos os custos das usinas, o que gerou um déficit a ser pago em 2022.
A Aneel estuda medidas para atenuar o reajuste da conta de luz em 2022, que agora conta com mais um fator de pressão. Nesta semana, o governo editou uma MP para socorrer o setor elétrico em 2022 por meio de um financiamento junto a bancos. O valor, porém, será pago pelos consumidores nas contas de luz anos seguintes.