Luto

Morre bell hooks, escritora e um dos nomes fortes do feminismo

Autora e professora ganhou popularidade no Brasil por meio da publicação de obras como 'O feminismo é para todo mundo' e 'Teoria feminista: da margem ao centro'

A escritora e ativista bell hooks morreu, nesta quarta-feira (15), aos 69 anos - Reprodução

A escritora e ativista bell hooks morreu, nesta quarta-feira (15), aos 69 anos. A informação foi divulgada, em comunicado à imprensa, por familiares da autora americana, que ganhou notoriedade internacional ao publicar obras sobre temas como feminismo, política, racismo, cultura, papéis de gênero e espiritualidade.

"A autora, professora, crítica e feminista fez sua transição cedo, em casa, rodeada de familiares e amigos", tuitou, nesta manhã, Ebony Motley, sobrinha da intelectual.

Pseudônimo para Gloria Jean Watkin, bell hooks nasceu em 25 de setembro de 1952, em Hopkinsville. Na infância, ela frequentou escolas para alunos negros no Condado de Christian, nos EUA, tendo, em seguida, se matriculado na Universidade de Stanford, na Califórnia. Também fez mestrado em inglês, na Universidade de Wisconsin, e doutorado em literatura, na Universidade da Califórnia.

Para bell hooks, a educação foi libertadora. Não à toa, uma de suas referências teóricas era o educador e filósofo brasileiro Paulo Freire. No livro "Teoria feminista: da margem ao centro", ela relata que cresceu numa família patriarcal e que teve de desafiar a crença de seu pai (e o temor de sua mãe) de que "estudar demais não 'combinava' com os interesses de uma mulher de verdade".

A escritora publicou seu primeiro livro de poemas "And there we wept", já sob seu pseudônimo, em 1978. O nome artístico era uma homenagem à bisavó. Depois, produziu 40 obras publicadas em 15 idiomas. Ativista, a pensadora deu nova orientação para o feminismo ao atentar para a inter-relação entre gênero, raça e classe social.

Ganhou popularidade no Brasil por meio da publicação de obras como "O feminismo é para todo mundo", "Olhares negros: raça e representação" e "Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade", títulos fundamentais no campo dos estudos sobre feminismo, educação e movimento negro.