Silviano Santiago lança livro sobre “Grande sertão: veredas”

Lançamento oficial será nesta terça-feira (28), com presença do autor, na Livraria da Travessa, em Ipanema (Rio de Janeiro), a partir das 19h

Silviano autografa “Genealogia da Ferocidade” hoje no Rio de Janeiro - Divulgação

Há interessantes movimentos no ensaio “Genealogia da ferocidade”, de Silviano Santiago, sobre Guimarães Rosa e o livro “Grande sertão: veredas”. As reflexões do autor são formadas a partir da aproximação entre rigor acadêmico e certo lirismo; o texto, lançado em livro pela Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), é resultado de pesquisas teóricas e afeto pela literatura do escritor mineiro. O lançamento oficial será nesta terça-feira (28), com presença do autor, na Livraria da Travessa, em Ipanema (Rio de Janeiro), a partir das 19h.

A análise de Silviano avalia o período em que a publicação foi lançada, incluindo comentários não apenas sobre o contexto literário como também a respeito do período político do Brasil e da América Latina. “Inicialmente, ‘Grande sertão: veredas’ abre sorrisos e caretas nos leitores e recebe na cara o silêncio constrangedor dos romancistas e poetas então em destaque na Capital Federal”, escreve o ensaísta.

Em sua escrita, Silviano debate aspectos fundamentais do romance; fala sobre diálogos, constituições dramáticas dos personagens, paisagens literárias que se relacionam com o texto de Guimarães Rosa - mantendo sempre em foco a relevância e os rastros de permanência da obra.

“No ano de 1956 se publica ‘Grande sertão: veredas’, romance escrito por Guimarães Rosa”, escreve Santiago, na introdução. “Como um monstro, ele emerge intempestivamente na discreta, ordeira e suficientemente autocentrada vida cultural brasileira, então em plena euforia político-desenvolvimentista. Guimarães Rosa o escreve monstro para que sua qualidade selvagem se destaque com nitidez na paisagem modernizadora do Brasil”, reflete o autor, de certa forma indicando o teor do livro: um lugar de fronteira entre teoria e ensaio, análise cultural e lances de estilo.

Selo
O lançamento de “Genealogia da ferocidade” marca a estreia do Suplemento Pernambuco (editado pela Cepe) enquanto selo literário. “O selo tem um foco na produção contemporânea, não apenas brasileira”, diz Schneider Carpeggiani, editor do Suplemento e curador do novo projeto. “A gente vai começar trabalhando com livros de ensaios - o de Silviano, depois um de José Luiz Passos -, mas passará também para a ficção”, avisa Carpeggiani.