Ciclistas cobram melhorias no Recife

Amantes dos pedais reclamam de insegurança, falta de sinalização e de déficit de bicicletários

Falta de educação do trânsito e ausência de sinalização estão entre as principais queixas - Arthur Mota

 

Apesar do dia do ciclista ser comemorado no próximo dia 15, no Recife, quem opta pelas pedaladas reclama da “falta de mobilidade e de investimentos em segurança para se deslocar em uma bicicleta”. O programa BikePe, que é uma parceria entre o Itaú e o Governo do Estado, oferece bicicletários em vários pontos da Região Metropolitana do Recife. No entanto, os equipamentos já são alvos de queixas. São estações com bikes quebradas e outras que sequer têm magrelas disponíveis. Além dos déficits em relação ao bicicletário, os ciclistas também apontam a ausência de educação no trânsito como um problema crônico.
O porteiro Antônio da Silva, 56 anos, pedala diariamente de Santo Amaro, na área central da Cidade, ao bairro de Boa Viagem, na Zona Sul. Ele prefere optar pelo transporte sustentável por causa das inúmeras vantagens à saúde, mas reclama que se sente intimidado nas ruas da Capital. “Há quatro meses fui assaltado quando estava passando pelo Centro do Recife na volta para casa. Levaram a minha antiga bicicleta, dinheiro e celular. Deveria se pensar em melhorias nas questões de segurança e iluminação”, avaliou.
De acordo com a Associação Metropolitana de ciclistas do Grande Recife, Ameciclo, as ciclovias recifenses foram uma decisão tardia e, no momento, precisam de melhorias, principalmente na sinalização para indicar aos motoristas onde há um fluxo maior de pedestres e ciclistas. Na ausência de um lugar para guardar as bicicletas, muitas pessoas as prendem com cadeados em postes e árvores. “Preciso enfatizar que os maiores problemas enfrentados pelos ciclistas da RMR certamente têm relação com a insegurança, iluminação e principalmente a falta de sinalização“, ressaltou Márcio Ribeiro, 36.
Procurada, a Secretaria de Turismo, Esportes e Lazer revelou que entregará à população o primeiro trecho cicloviário estruturador ainda neste mês. O equipamento será batizado de Ciclofaixa Camilo Simões, em homenagem ao ex-secretário, que morreu no ano passado vítima de um ataque cardíaco fulminante. A obra foi orçada em R$ 2,4 milhões.

O trecho espera atender 3,5 mil ciclistas diariamente e ligará o Marco Zero, no Bairro do Recife, à Fábrica Tacaruna, localizada na avenida Agamenon Magalhães.
A secretaria informou que a obra já está recebendo os retoques finais. “Todo o percurso do Eixo Cicloviário está recebendo os ajustes na pintura do piso, implantação das placas de sinalização e iluminação”, assegurou em nota.
Quanto ao Bike PE, o Estado informou que os pontos estão sendo realocados. Dois deles, as estações de número 10 (Estação Virtual, próxima ao Cesar, Cais do Apolo) e número 64 (Brasília Teimosa), serão transferidas para a rua Teles Júnior, nos Aflitos, e praça Eça de Queiroz, na Madalena, respectivamente, todos pontos elegidos após debates.