Minas gerais

Grupo da família Constantino leva concessão do Metrô de Belo Horizonte

Projeto prevê cerca de R$ 4 bilhões de investimentos durante 30 anos de contrato

Cidade de Belo Horizonte - Marcello Casal Jr./Agência Brasil

O Grupo Comporte, controlado pela família Constantino Oliveira, foi o único proponente interessado na concessão do Metrô de Belo Horizonte, com a alienação da Companhia Brasileira de Trens Urbanos em Minas Gerais (CBTU-MG). A empresa ofertou R$ 25,75 milhões pela aquisição das ações da estatal, ágio de 33,3% em relação ao previsto no edital.

O BNDES e o governo Zema decidiram manter o certame para este ano apesar das queixas da equipe de transição de Lula, o que pode significar incerteza em relação à assinatura do contrato de concessão, que se dará sob o novo governo federal. O Partido dos Trabalhadores chegou a entrar na Justiça para barrar o leilão, sem sucesso.

O Comporte, que tem atuação histórica no ramo rodoviário e cujos donos controlam a companhia aérea Gol, vai administrar o Metrô na região metropolitana de Belo Horizonte e deverá realizar, ao longo dos 30 anos de contrato, R$ 4 bilhões em investimentos. A maior parte desse valor, no entanto, virá de aportes dos governos federal (R$ 2,8 bilhões) e estadual (R$ 440 milhões vindos do acordo firmado pela gestão de Romeu Zema com a mineradora Vale como reparação da tragédia de Mariana).

Estão inclusos na concessão a gestão, a operação e a manutenção da rede, hoje formada pela Linha 1 (Novo Eldorado–Vilarinho), e da Linha 2 (Nova Suíça-Barreiro), que deverá ser construída pela concessionária. Hoje, a rede do Metró mineiro só possui uma linha, que atende Belo Horizonte e o município vizinho de Contagem. São 19 estações e 28,1 km de extensão. A concessão prevê a ampliação dessa linha em mais uma estação (Novo Eldorado, no Município de Contagem) e a construção da Linha 2 com sete novas estações e 10,5 km de extensão. As obras para essa segunda linha chegaram a ser iniciadas, em 2004, mas não avançaram.

O contrato de concessão prevê as inaugurações das novas estações do metrô do quarto ao sexto ano de concessão. Entre as benfeitorias previstas para a rede, estão a reforma de estações já existentes e a compra de novos trens que tenham ar-condicionado.

A modelagem do projeto foi feita pelo governo mineiro em parceria com o Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) e o BNDES. A projeção dos promotores do certame é de que a concessão beneficie cerca de 270 mil passageiros por dia. Desses, espera-se que 50 mil utilizem a nova Linha 2.