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Guilherme Briggs é alvo da ataques após dublar anime "Chainsaw Man"

Redes sociais do dublador foram atacadas por hackers, além de comentários negativos dos fãs

Guilherme Briggs é dublador do anime "Chainsaw man" - Reprodução

Um dos principais nomes da dublagem no Brasil, Guilherme Briggs vem sofrendo com ataques por parte dos fãs do anime "Chainsaw Man", disponibilizado na Crunchyroll, no qual empresta sua voz para o icônico personagem Demônio do Futuro.

O problema é que os fãs do anime estão incomodados que a versão dublada por Briggs é diferente da apresentada na versão não-oficial feita por fãs. Em um momento da trama, o personagem de Briggs diz "o futuro é show". Na versão não-oficial do mangá, o frase escolhida foi "o futuro é pica".

Acontece que Briggs não está sozinho. A adaptação "o futuro é show" também está presente na versão brasileira do mangá, lançado pela Panini, e na versão legendada do anime.

Mesmo com a explicação, o ator vem sendo alvo de trolls na internet, o que fez com que tomasse uma decisão radical: pedir para não trabalhar mais no anime.
 

"Pessoal, compreendo as reclamações da versão dublada da fala do Demônio do Futuro, mas a explicação foi dada e muitos entenderam. Só não aceito desrespeito comigo e agressão. Quem fizer isso será infelizmente bloqueado. Vamos manter a paz, a educação, o bom senso", disse o dublador em post no Twitter. "Fiquei muito preocupado em perder meu Twitter e Instagram por conta de algumas tentativas que fizeram hoje a noite de hackear. Estou sofrendo ataques de ódio, provocações e ameaças por causa de Chainsaw Man. Peço desculpas a vcs por essas notícias. Espero que isso tudo acabe."

Traduções com mensagens homofóbicas e antissemitas

Por causa dos ataques e tentativas de tomar a conta, Briggs bloqueou seu perfil no Twitter. Em interação com um fã, ele falou: "Eu vou pedir pra sair da dublagem desse anime. Não quero mais estar nele. Pra mim, acabou."

Veja a cena que gerou a discórdia:

A versão extra-oficial traduzida pelos fãs do mangá, com as imagens escaneadas e distribuídas on-line, já enfrentava críticas pela inserção de piadas politicamente incorretas, substituindo passagens do texto original por frases homofóbicas, transfóbicas misóginas e antissemitas em português. Chamada de scanlation (contração de scan e translation) ou simplesmente scans, a prática consiste em copiar as páginas das publicações originais, apagar todo texto original e substituí-lo por uma tradução feita por comunidades de fãs, sem o rigor que uma editora teria (no Brasil, o mangá é publicado pela Panini). Como as obras são disponibilizadas gratuitamente na internet, sem a permissão dos autores e o pagamento de direitos autorais, os scans são considerados uma forma de pirataria.