Eventos: a volta dos bons negócios
Depois de dois anos sem atividades por causa da pandemia de Covid-19, as empresas que trabalham com eventos estão otimistas com a chegada do Carnaval, que é apontado como ponto de partida para a recuperação do mercado
Com uma movimentação econômica alta, forte geração de emprego e fazendo negócios além das festas, o setor de eventos tem uma boa projeção para o ano de 2023. Após mais de dois anos sofrendo os impactos da pandemia da Covid-19, no segmento que foi o primeiro a parar e o último a retomar as atividades, a expectativa para o ano é de uma retomada plena. Fruto da boa perspectiva é a projeção da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (Abrape), que estima uma quantidade de seminários, congressos, feiras e festas em torno de 590 mil no País.
Em Pernambuco, a expectativa não tem sido diferente do resto do setor. Uma das empresas com forte atuação no ramo do entretenimento é a Carvalheira. Segundo o sócio Victor Carvalheira, um fator principal para o ano ser mais positivo é a volta do Carnaval.
“2023 sentimos que vai ser um bom ano para o mercado, surpreendendo por conta do Carnaval, que é o maior evento do Brasil, maior momento de venda, onde todo mundo se dedica para o entretenimento e é o melhor momento do ano para nós. Fazemos eventos em Olinda, São Paulo e temos previsão de fazer em outras praças também, com uma expectativa legal para o ano”, disse.
Retomada do Carnaval
De acordo com o sócio da Carvalheira, a retomada do Carnaval vai permitir que a empresa volte a realizar o principal evento da empresa, o Carvalheira Na Ladeira, que gera mais de mil empregos por dia.
“Em um Na Ladeira são 1,5 mil pessoas trabalhando no evento de forma direta, isso gera ainda mais 4 mil empregos indiretos. É um número imponente e durante o ano devemos ter uma geração considerável com a realização de novos eventos”, afirmou.
Victor aponta que o período da pandemia trouxe dificuldades para o segmento, mas foi possível trazer inovações e novos produtos para estar mais próximo do público. “Em um primeiro momento foi um impacto muito forte. Fomos os primeiros a parar e os últimos a voltar. Como temos muitos sócios, gente unida a um tempo, pensamos em alternativas e criamos muito, puxamos ideia e ao longo do tempo tivemos reuniões para pensar o que podia ser diferente e o que tinha feat com nossos clientes. Fizemos cinema drive-in; fizemos o Terraço Carvalheira, unindo gastronomia com entretenimento, e chegamos na área de games para reunir eventos, comunidades”, contou.
Carvalheira destacou a importância do ramo de eventos. “É um setor que tem importância não só na parte econômica como na social. O brasileiro valoriza muito a cultura, que é rica, principalmente no Carnaval. É uma forma de valorizar o povo, atrair turistas, seja em Olinda, no Marco Zero. Temos equipamentos para fazer Recife se tornar um importante polo de entretenimento, e isso tem um peso importante na economia”, contou.
Empresa em busca de novos mercados
Segundo outro sócio da Carvalheira, Eduardo Carvalheira, a empresa que surgiu como uma Cachaçaria hoje volta sua atenção para evento, mas sem esquecer a origem. “Por conta da mudança do perfil da nossa empresa de dar atenção maior aos eventos, a área de cachaça ficou em segundo plano, mantemos a produção e entregamos a alguns clientes cativos. Fabricamos, mas damos ênfase maior aos eventos. Foi a partir dela que surgiu tudo”, disse.
Victor contou ainda, em entrevista exclusiva para Folha de Pernambuco, que a expectativa se dá também para realizar eventos em outros formatos. “Fizemos recentemente o Ensaio da Anitta, um evento diferente, quantidade de público diferente, mais de uma área e sempre fizemos com uma única área. Tem o Numanice, um modelo que fizemos no Brasil inteiro e deu certo”, afirmou.
A retomada dos eventos também é vista com bons olhos pelos que atuam em outras frentes no segmento, como as áreas de atendimento de socorro e saúde. O proprietário da Fhenix Prestação de serviço, Flávio Freitas, conta que a atuação nos eventos consegue gerar oportunidades para muitas pessoas.
“A gente tem equipe própria, com a qual realizamos treinamentos por mês, tudo na parte de atendimento pré-hospitalar e prevenção de incêndio. 90% são pessoas da equipe e acontece que quem tem trabalho fixo não tem como vir e conseguimos dar oportunidades para outras pessoas, para ter um incremento de renda e ainda ajudar outras no atendimento médico”, disse.