BRASÍLIA

Deputado Coronel Meira (PL) garante abrir no Congresso CPI do Crime Organizado

Durante entrevista, parlamentar afirmou que, até o momento, a pauta conta com o apoio de diversos senadores e deputados

Coronel Meira, deputado federal (PL) - Câmara Federal / Divulgação

Dado como praticamente morta a instalação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar os fatos ocorridos no dia 8 de janeiro, quando as sedes dos três poderes foram invadidas por golpistas em Brasília, a bancada da oposição no Senado e Câmara mira, agora, suas fichas em outro barril de pólvora - o crime organizado.

Quem lidera o movimento, que já tem ampla adesão tanto da Câmara Federal quanto no Senado, é o deputado pernambucano Coronel Meira (PL), que conversou com exclusividade com a Folha de Pernambuco sobre o assunto. "A CPMI do 8 de janeiro está praticamente morta. Está difícil de se sustentar porque há um rolo compressor do governo para que os deputados e senadores retirem suas assinaturas do requerimento para que não vá adiante. A pressão está grande para que isso aconteça", revela o Coronel Meira.

Embora acredite que o Brasil precisa passar a limpo o que de fato aconteceu no dia 8 de janeiro, uma vez que, de acordo com ele, até o momento não foi passado a limpo as eleições - "até hoje não foram entregues os códigos-fontes das urnas" – o parlamentar afirma que o problema do crime organizado é um tema que precisa ser o quanto antes investigado em profundidade.

"O problema do crime organizado no Brasil tem que ser combatido com muita destreza e sabedoria. A CPMI que estamos criando pretende fazer exatamente isso. Até o momento, a instalação da CPMI já conta com o apoio de 34 senadores e com o quase total apoio dos deputados da bancada federal", revela Meira.

A CPI mista pretende apurar a relação entre a ampliação dos índices de homicídios no território nacional com a atividade do narcotráfico, levantar dados acerca da expansão da atuação de organizações criminosas em todo o País e investigar a recente onda de ataques no Rio Grande do Norte, além do plano de assassinar o senador Sergio Moro (União Brasil-PR) e outras autoridades públicas.

"Eu combati bandidos a vida toda e todo mundo sabe que bandido sempre quis fazer tudo de errado sem mexer com o aparato policial, com autoridades. E os recentes casos do crime organizado entrando em uma rota que nunca fizeram, preparando plano para executar um senador da República, uma deputada federal e um procurador, comprova que existe uma ligação direta com o ente político", explica o deputado.

E acrescenta: "Quando o crime organizado chega a esse ponto, é porque alguém encomendou. É uma conta que eles têm que pagar para alguém, alguém que tem uma promessa de deixá-los atuarem livres no Brasil, pois todo mundo sabe que a maior fonte de renda do crime organizado são as drogas". Antes de apresentar o requerimento para criar a CPMI, o deputado disse que conversou com vários parlamentares.

Citou o próprio Sérgio Moro, alvo dos criminosos e senador da República, assim como o senador Hamilton Mourão (Republicanos - RS), além de Eduardo Girão (Novo-CE), senador que tinha proposto, inicialmente, a instalação de uma CPI. "Como a CPMI é mais abrangente, pois envolve as duas casas, Girão gentilmente retirou a sua CPI para apoiar a CPMI", explicou o parlamentar.

Questionado sobre não ter medo de mexer em um barril de pólvoras tão perigoso, o militar de carreira foi enfático. " Fiz isso a vida toda, eu tenho coragem e um Deus para me proteger, além dos amigos que estão conosco nessa minha segunda missão de minha vida, uma vez que a primeira foi ter o apoio dos pernambucanos para me eleger", estou em uma missão, a segunda após a eleição, a de deputado federal, representando o povo pernambucano no Congresso”, disse.