Televisão

Em "Cine Holliúdy", Edmilson Filho exalta os rumos da história e o respeito ao humor cearense

Ator interpreta Francisgleydisson, sonhador da cidade de Pitombas

Edmilson Filho, o Francisgleydisson de "Cine Holliúdy" - Divulgação

Edmilson Filho sempre acreditou no potencial do projeto de “Cine Holliúdy”, mas nem nos melhores sonhos do ator e humorista a história do sonhador Francisgleydisson renderia um curta, dois filmes e uma bem-sucedida série de tevê que acaba de chegar à terceira temporada. “Fico muito feliz com todos esses desdobramentos, os prêmios e os profissionais que foram agregados ao projeto durante essas quase duas décadas de existência. E o mais incrível é ver que a trama ainda tem para onde crescer sem perder a relevância”, valoriza.

Muito fiel à ideia original do diretor e roteirista Halder Gomes, os novos episódios exibem a usual paixão do protagonista pela sétima arte, relação que o leva a fazer acordos e parcerias de ética duvidosa para manter a sala de cinema da pequena cidade de Pitombas em pleno funcionamento. “Essa paixão do personagem pelo cinema é um reflexo do povo brasileiro. O Francis sempre se enrola bastante para manter acesa essa chama e essa terceira temporada o leva a um erro que questiona seu heroísmo. Sem saber, ele faz um pacto com quem não deveria”, resume o protagonista.

Depois de dividir a cena com mocinhas vividas pelas atrizes Letícia Colin e Luisa Arraes, Edmilson agora atua ao lado de Larissa Góes, atriz que, assim como ele, também nasceu no Ceará. Para o ator, a aposta em um nome regional para viver Rosalinda, o novo amor do protagonista, deixa as cenas ainda mais genuínas e próximas da grande inspiração dos personagens de “Cine Holliúdy”: o povo cearense.

“É um povo alegre e forte no cotidiano, que não leva desaforo para casa. As gravações ganharam ares de coletivo de humor”, pontua. Berço de nomes como Renato Aragão, Chico Anysio e Tom Cavalcante, o Ceará é considerado um verdadeiro celeiro do humor nacional. Edmilson não apenas se orgulha de suas raízes cômicas como também sente a responsabilidade sobre representar o estado em rede nacional. “Nossa grande preocupação é honrar essa escola tão importante de humor. Na adaptação para a tevê, a história original ganhou referências e ideias que a emissora julgou importante para garantir o apelo popular da série. Manter a essência, entretanto, foi fundamental para o êxito”, ressalta.

A boa repercussão da série acabou fazendo com que o ator fosse convidado para outros projetos. Recentemente, ele protagonizou o longa “Cabras da Peste” e a série “O Cangaceiro do Futuro”, ambas produções encomendadas pela Netflix. “A vida anda bem corrida, mas não posso reclamar. São obras que exaltam o melhor do nordestino e a resposta do público é incrível”, valoriza.

A coragem e o ímpeto pela diversão são características marcantes dos personagens vividos por Edmilson. Boa parte de suas performances têm inspiração no trabalho do ator honconguês Jackie Chan. Assim como o astro do cinema de ação, Edmilson se divide entre a paixão pelas Artes Cênicas e Marciais. “Chegou o momento em que tive de escolher entre ser atleta e artista. Acabei escolhendo por desenvolver minha carreira no tae-kwon-do. A atuação só veio depois”, conta ele que, entre diversos títulos, foi tricampeão brasileiro na modalidade de luta.

No final dos anos 1990, por conta de seu desempenho no esporte, Edmilson acabou aceitando um convite para treinar na Califórnia, nos Estados Unidos. O que seria uma breve passagem pelo exterior acabou virando residência fixa depois de conhecer, se apaixonar e casar com a norte-americana Melissa, com quem tem duas filhas, Chloe e Maddie.

Em uma de suas vindas ao Brasil, em 2004, acabou atuando no curta “O Artista Contra o Cabra do Mal”, dirigido pelo amigo Halder Gomes e que marca o início da saga de Francis. Mesmo com participações em produções como “Os Experientes” e “Loucas para Casar”, Edmilson faz questão de afirmar que o dono de cinema é o grande papel de sua carreira. “Foi através do carisma desse personagem que vieram grandes oportunidades, onde consegui mostrar outras faces do meu trabalho. Francisgleydisson me fez ter vontade de voltar a contar histórias”, exalta.