BRASIL

Em disputa com GSI, PF divulga vídeo com ação de policiais civis a frente da segurança presidencial

Gravação institucional foi feita para ser apresentada durante Seminário Internacional de Segurança de Estados e Chefes de Governo

Lula no ato do Dia do Trabalhador 2023 - Nélson Almeida/AFP

A Polícia Federal (PF) divulgou um vídeo no qual exalta os profissionais que atuam na segurança imediata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A gravação institucional foi feita para ser apresentada durante Seminário Internacional de Segurança de Estados e Chefes de Governo, há duas semanas, e para público interno da instituição.

A divulgação nesta terça-feira (9) ocorre em meio à disputa da Polícia Federal para se manter à frente do comando da segurança presidencial enquanto o novo ministro Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Marcos Amaro, trabalha para que a tarefa seja coordenada por militares.

No vídeo, a coordenadora-geral de segurança imediata, Mônica Freitas, os agentes de segurança imediata, Carlos Eduardo Rosas e Alexandre Santos falam da rotina de trabalho, treinamento e planejamento das ações de acordo com a agenda presidencial. Os policiais integram a Secretaria Extraordinária de Segurança Imediata do Presidente da República, criada em janeiro pelo governo para retirar a proteção de Lula e Geraldo Alckmin das mãos dos militares.

— A gente cuida da autoridade mais alta do nosso país. Você está disposto a expor sua vida a um risco para proteger aquela autoridade. Nossa atuação é feita de forma discreta, cortês, educada, nunca com truculência. Temos dentro da equipe de proteção imediata do presidente muitas mulheres, nosso efetivo beira 25% feminino — afirma Carlos Eduardo Rosa no vídeo institucional.

Em outra passagem da gravação, o agente afirma que o trabalho ajuda a proteger "pilares da democracia, os direitos humanos e toda soberania nacional".

Na avaliação da cúpula da PF, os atos golpistas de 8 de janeiro servem como argumento de que a tarefa, por sua natureza sensível, não pode caber aos militares. A conduta de integrantes da caserna é investigada em apurações internas do GSI.

Como mostrou O Globo, a Polícia Federal prepara um relatório com uma série de apontamentos sobre o trabalho feito pela Secretaria de Segurança Imediata ao longo dos últimos quatro meses e uma proposta de reestruturação da proteção do chefe do Executivo, que prevê integração de todas as etapas do trabalho.

Pelo decreto que determina sua criação, a secretaria é temporária e só funciona até 30 de junho. A PF trabalha para torná-la permanente enquanto o novo ministro do GSI articula para ter o controle da segurança presidencial a partir desta data, como prevê o decreto.