Música

"Bob Vive! - Dia Nacional do Reggae" será celebrado neste domingo (28), na Tomazina

Gratuita e aberto ao público, a celebshows de Ívano, Marcelo Santana, Gildo Brasáfrica e Cannibal, da banda Café Preto e da banda Devotos

Gildo, Ívano e Marcelo. - Guinné

Encerrando as comemorações do mês de maio para o Dia Nacional do Reggae, o evento “Bob Vive! - Dia Nacional do Reggae” terá como palco a rua Tomazina, no Bairro do Recife, neste domingo (28), a partir das 16h. Gratuita e aberto ao público, a celebshows de Ívano, Marcelo Santana, Gildo Brasáfrica e Cannibal, da banda Café Preto e da banda Devotos. A abertura da programação ficará por conta da seleção musical do Dj Armandinho.

Dia Nacional do Reggae 2023
A data 11 de maio foi instituída no Brasil pela Lei Federal no 12.630/2012, para fazer homenagem ao cantor
jamaicano Robert Nesta Marley - Bob Marley, a principal voz do Reggae, que faleceu, em 1981, aos 36 anos de idade, em Miami (EUA).

O estilo musical nasceu no final dos anos de 1960, na Jamaica, e se espalhou rapidamente pelo mundo graças
ao grande talento musical de Bob Marley. Em 2018 o Reggae entrou para a lista dos Patrimônios Culturais
Imateriais da Unesco.

No Recife, o projeto "Grande Encontro Reggae Roots", idealizado, dirigido e produzido por W. Staden da Mamahuê produções Culturais&Afins, encerra o mês de comemorações com shows de personalidades conhecidas do gênero em Pernambuco.

Grande Encontro Reggae Roots
É um projeto que tem como objetivo reunir os nomes mais representativos e históricos da cena do Reggae pernambucano numa celebração musical para valorizar o gênero, dando a oportunidade do público reconhecer e reverenciar os mestres do reggae pernambucano, compartilhando o mesmo palco em um show único e memorável para as novas gerações da cena.

O Grande Encontro Reggae Roots teve início em 2016 com um show de Marcelo Santana e a banda N’zambi, no Clube Atlântico de Olinda, e desde então, sempre é apresentado dentro da programação do festival Grande Encontro Reggae Roots PE que acontece anualmente no Pátio de São Pedro.

História
O Reggae surgiu em Recife e Pernambuco no final da década de 70 e início dos anos 80. Se tornou bastante popular e Pernambuco virou referência no Reggae no Nordeste e no Brasil com o surgimento de várias bandas e artistas. Foi a partir de Pernambuco que o cantor e compositor Edson Gomes alcançou notoriedade nacional. A banda Tribo de Jah, do Maranhão, conquistou um público fiel e numeroso aqui em Pernambuco, assim como, a banda alagoana Vibrações, atualmente, tem aqui um dos seus maiores públicos. 

O Reggae pernambucano é original e diferenciado do restante do país devido à mistura de ritmos populares da cultura pernambucana. A afinidade com a cultura afro é orgânica. O movimento negro e o movimento Reggae se confundem nas suas trajetórias, tanto pela fusão dos ritmos como pelos temas sociais abordados em suas letras. Rap, maracatu, afoxé e xote são constantes na música do reggae pernambucano.

Sobre os artistas

Ívano
O cantor e compositor Ívano é um dos pioneiros do movimento negro e do Reggae aqui em Pernambuco. Foi da 1a geração de músicos de reggae juntamente com Valdi Afonjah. Ganhador de vários concursos, entre eles, Frevança e o Canta Nordeste da rede Globo na década de 80.

Este reconhecimento veio com o apoio à gravação de seu trabalho “Rebeldia, suor, sorriso e lágrimas: A música Negra de Ívano”, lançado em 2011 com o apoio do Fundo de Incentivo a cultura de nosso estado. 

Marcelo Santana
Nasceu em Casa Amarela, o bairro mais populoso da cidade do Recife, onde grande parte de sua população é formada por afrodescendentes da capital, do interior de Pernambuco e de outros estados do Nordeste do Brasil.

A essência de sua música vem, justamente, dessa fusão de diversos tipos de culturas e ritmos - tais como, xote, maracatu, baião, caboclinho, coco de roda, ciranda, afoxé, entre outros - presentes na sua comunidade.

A sua composição "América Central" foi classificada entre as melhores do ano de 1988 e 1989, no projeto Espaço Aberto, da Fundação Joaquim Nabuco, onde o prêmio foi gravar essa canção, no LP "Os Melhores do Espaço Aberto".

De lá para cá, Marcelo Santana desenvolveu um estilo próprio, com várias influências da música popular do Brasil, mas também da música mundial, sobretudo a jamaicana - carregada de ska, reggae, dub, ragga, entre outros ritmos - que ele passou a interagir desde 1991.

Gildo Brasáfrica
É cantor, compositor e um dos pioneiros do gênero. Em 1990 formou a Brasáfrica e desde então, passou a se apresentar como Gildo Brasáfrica. O nome é justamente a junção de Brasil + África, reverenciando as influências africanas no Brasil. Com mais de 20 anos no mercado participando de diversos shows em Recife, Olinda e cidades vizinhas, conquistou um público fiel.

Gildo Brasáfrica é fruto do movimento Rasta de Casa Amarela (bairro da zona norte da cidade). O surgimento coincidiu com a alta do Reggae em Recife, assim como nos estados nordestinos. Em 1995 foi a época da efervescência do Reggae em Recife.

Gildo Brasáfrica esteve presente nesta temporada realizando show com o grande regueiro Edson Gomes na Praia de Boa Viagem Recife Alto Astral, produzido pela África Produções. No mesmo ano também participou de um encontro com Julian Marley, filho de Bob Marley. O encontro ocorreu quando Julian esteve em Recife para se apresentar na antiga casa de Show Maluco Beleza.

O novo disco chamado "Terra em Chamas" conta com participações especiais de músicos da cena reggae pernambucana e mais o rapper Zé Brown. O trabalho procura trazer o Reggae roots jamaicano para mais perto da realidade local com temas que falam do cotidiano e da periferia do Recife. 

Cannibal
Cannibal já é bastante conhecido da cena musical e do público pernambucanos. Oriundo da zona Norte do Recife, mais especificamente, Alto José do Pinho, onde tornou-se seu reduto e território de resistência cultural.

Há mais de 30 anos criou a pioneira banda de Punk Rock, Devotos, com a qual excursionou pelo Brasil e pelo mundo. É cantor, compositor e baixista. Fundou a organização Alto Falante, com a qual realiza vários projetos culturais e sociais.

Com a inquietação comum a todo artista talentoso e criativo, em 2016 Cannibal formou a banda Café Preto, um projeto que mescla o Reggae e dub (eletrônica) com influência de elementos da cultura nordestina. Em 2019 lançou o CD Oferenda, no teatro de Santa Isabel. Em 2018 lançou seu primeiro livro “Música para o Povo que não Ouve”, editora CEPE.

SERVIÇO: 
Bob Vive - Dia Nacional do Reggae
Grande Encontro Reggae Roots - com Ívano, Marcelo Santana, Gildo Brasáfrica e Cannibal
Data e hora: 28/05/23 às 16hs
Local: Rua Tomazina, Recife Antigo
Ingressos: Gratuito
Realização: mamahuê produções Culturais&Afins
Direção: Wagner Staden
Apoio: Associação Pernambucana de Reggae e Cultura Rastafári - APRCR, Secretaria de Cultura do Recife e Fundação de Cultura da Cidade do Recife - FCCR