Hemorragia e retirada de útero: entenda as complicações do parto da namorada de Toguro
Gestações que exigem uma maior distensão do útero têm mais chances do útero não contrair corretamente e não controlar o sangramento
O influenciador digital Tiago Toguro, de 29 anos, afirmou nesta quinta-feira que o estado de saúde de sua namorada, Nara Paraguaia, é considerado gravíssimo. A mulher, de 25 anos, teve uma hemorragia logo após a realização de uma cesariana que deu à luz o primeiro filho do casal, Gael, na quarta-feira, e precisou retirar o útero. Segundo Tiago, ela está na UTI e segue entubada.
“Ela não merece isso, ela ama essa criança desde quando era apenas um feto, hoje era pra ser o dia mais feliz da vida dela, ela chorou igual criança quando recebeu a notícia que não poderia ter parto normal, estava tudo bem, bebê nasceu com saúde, mas ela minutos depois da cirurgia começou a ter hemorragia. Só para atualizar, ela está na UTI, entubada, estado gravíssimo, tô sem chão, ela não merece 1% do que está acontecendo", escreveu Toguro nos stories do Instagram.
Segundo a ginecologista e obstetra Janaina Ribeiro Bastos, gestações que exigem uma maior distensão do útero, como gestação gemelar, fetos macrossômicos (que nascem com mais de quatro quilos) e polidrâmnio (que possui excesso de líquido amniótico) têm mais chances de apresentarem atonia uterina, ou seja, quando o útero não contrai corretamente e não consegue controlar o sangramento.
— Nesse caso é necessário retirar o útero, também chamado de histerectomia, pois a vida da mulher está em risco. Outras causas para hemorragia durante o parto são retenção, que é quando a expulsão da placenta não ocorre até 30 minutos após o nascimento; acretismos placentários, ou seja, quando a placenta se encontra anormalmente aderida no miométrio (camada intermediária do útero), dificultando sua expulsão; e defeitos na coagulação — diz a obstetra.
Segundo a médica existe manobras e medicamentos para tentar fazer o útero contrair e controlar o sangramento, como:
Compressão uterina bimanual
Que consiste em massagear o útero. Para sua realização, deve-se posicionar uma das mãos em punho na vagina que comprime a parede anterior do útero e a outra mão espalmada sobre a parede abdominal, buscando empurrar a parede posterior do útero. As mãos devem buscar comprimir o corpo uterino empurrando-o uma contra a outra. A paciente deve estar com a bexiga vazia.
Medicações
Medicamentos especiais que fazem o útero se contrair com maior frequência e força, controlando o sangramento, como: ocitocina, metilergometrina, misoprostol
Balão de tamponamento uterino
É geralmente usado quando as medicações uterogênicas não apresentam resultados efetivos. Ele induz contrações uterinas, comprime as artérias uterinas pela pressão hidrostática e que eleva a pressão intrauterina acima da pressão arterial sistêmica.