Sucessor de Sebá, Waldemar Oliveira é campeão em assiduidade
Mais conhecido como Dema, o parlamentar pernambucano é também vice-líder do Governo Lula
Com o feriado de Finados, muitos deputados terminaram não comparecendo, esta semana, em Brasília. A exceção fica por um dos mais assíduos parlamentares da bancada pernambucana, o deputado Waldemar Oliveira (Avante). Como vice-líder do Governo Lula na Câmara, o parlamentar não perde a chance de participar das agendas, principalmente as que envolvem a cúpula do Planalto.
“A gente tem tentado se dedicar, como em tudo que eu faço na vida, eu tenho tentado me dedicar bastante ao mandato. Apesar de ser o primeiro ano, a gente já conseguiu ser titulado na CCJ, ser membro da CFT, titular da CPI das Americanas, co autor da PEC da Binacionalidade, que já foi aprovada na Câmara e no Senado, inclusive no Senado em dois turnos. A gente tá aí com titular da Comissão Especial de Direito Digital e titular da CCJ, que a meu ver é a principal comissão daqui da Casa, porque analisa a questão constitucional de 100% dos PLs da Casa”, revela Waldemar, em entrevista exclusiva à Folha.
Mais conhecido como Dema, o parlamentar pernambucano é também vice-líder do Governo Lula, com quem se reuniu, ontem, para tratar com o presidente e seus aliados sobre a pauta fiscal.
Ao lado de Lula e dos ministros Fernando Haddad (Fazenda), Simone Tebet (Planejamento), Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil), Waldemar conta que um dos grandes problemas em debate foi a questão do déficit fiscal. Sem entrar em muitos detalhes do encontro, que ocorreu na sequência da polêmica fala do presidente sobre o comprometimento do governo em zerar o déficit, o deputado saiu em defesa do presidente.
“O presidente, na verdade, ele quis dizer que você não pode deixar de fazer os investimentos já prometidos, só com análise do déficit fiscal e só com a questão da pressão do mercado e da Bolsa de Valores. Eles têm que encontrar um equilíbrio entre os dois”, defendeu o parlamentar.
De acordo com Waldemar, a questão dos investimentos tem sido a grande preocupação de Lula. A exemplo da promessa de investir R$90 bilhões pelos próximos quatro anos em Pernambuco dentro Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
Questionado se a fala de Lula teria sido uma desautorização ao discurso do seu superministro da Fazenda, Fernando Haddad, Waldemar é enfático ao dizer que não foi essa a intenção do presidente. Para ele, a reação do mercado tem mais a ver com as turbulências do cenário internacional do que a questão nacional.
“A gente está passando por um momento de turbulência no mercado internacional, não é uma questão nacional. O pós-Covid, a guerra em Israel com Palestina, a guerra na Ucrânia, que vem se arrastando já há muito tempo e uma série de fatores. O clima está contribuindo bastante, o mundo tá quente, né? O mundo está aquecendo. E isso é decorrência do efeito estufa”, enumera.
Apesar da semana com jeito de feriadão, Waldemar revela que a agenda da Câmara promete ter discussões importantes, a exemplo do projeto de lei que trata sobre o aproveitamento dos funcionários demitidos da Eletrobrás em outras estatais.
“Eles [os trabalhadores], inclusive, estão fazendo um grande movimento aqui na frente da Casa e a gente está analisando com muito carinho aí para não deixar esse povo todo na rua. São seis mil pais de família”, explica Dema.
No campo municipal, natural de Serra Talhada, na cidade, o grupo liderado pelo presidente do Avante e seu irmão, Sebastião Oliveira, já conta com quatro nomes que devem entrar na disputa com a atual prefeita Márcia Conrado (PT), com quem o grupo não tem muita afinidade.
“Eu acho que hoje o nome para derrotar Márcia é Luciano Duque. Desde que ele consiga o apoio do grupo da gente. Eu acho que se a gente apoiar o grupo da prefeita, acaba prejudicando também a eventual eleição do Luciano. Mas se eu fosse analisar, hoje, a gente teria mais afinidade com o Luciano”, dispara Dema.