Infestação 'muito alta' de planta tóxica mata até 42 mil cabeças por ano no Rio Grande do Sul
Estudo aponta que infestação da planta Senécio madagascariensis, popularmente conhecida como "maria-mole", já é problema grave em Eldorado do Sul
Uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira (20) indica a situação de emergência na cidade de Eldorado do Sul, no Rio Grande do Sul, por conta de uma grande infestação da planta Senécio madagascariensis, popularmente conhecida como “maria-mole”. A espécie é conhecida por ser extremamente tóxica e é responsável pela morte de 30 a 42 mil cabeças de gado por ano.
“Plantas do gênero Senecio são as mais importantes no Rio Grande do Sul sob o ponto de vista toxicológico, causando graves prejuízos à cadeia produtiva da bovinocultura. Há uma perda estimada de 30 mil a 42 mil cabeças ao ano, por intoxicação proveniente da ingestão de diferentes espécies de Senecio. A letalidade é praticamente de 100%”, explica Fernando Castilhos Karam, do Laboratório de Histopatologia do Centro Estadual de Diagnóstico e Pesquisa em Saúde Animal Desidério Finamor (IPVDF).
O estudo foi realizado pelo IPVDF e apresentado aos produtores rurais do município em conjunto com a Emater/RS-Ascar. O órgão é vinculado ao Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (DDPA/Seapi).
Os resultados em Eldorado do Sul indicaram infestação muito alta em todas as propriedades participantes, com predominância da espécie mais crítica. “Baseando-se nestes dados, com algumas características específicas, foram recomendadas medidas de controle aos produtores, que podem ser estendidas às demais propriedades rurais”, afirmou Karam.
Por razões ambientais e características fenológicas, a planta é abundante e se tornou a maior causa de morte de bovinos no Estado, oscilando em algumas regiões com a Tristeza Parasitária Bovina (TPB).
“A lotação animal maior que a oferta de pasto parece ser o principal fator que favorece a ingestão, o que é comum de ocorrer no outono/inverno, justamente quando a maioria das espécies está em crescimento e quando concentram maior teor tóxico”, explica o especialista.