Entidades da indústria aprovam nova política para o setor do Governo Federal
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou que o governo brasileiro está "no caminho certo" ao lançar a nova política
Com o objetivo de estimular o desenvolvimento do setor industrial brasileiro, dentro de um contexto de priorização da inovação e da sustentabilidade, o Governo Federal anunciou na segunda-feira (22) o plano Nova Indústria Brasil (NIB) - que será implementado nos próximos 10 anos.
Segundo o Planalto, o plano foi construído a partir de um “amplo diálogo entre o governo e o setor produtivo”, em direção à chamada neoindustrialização - modernização e evolução da indústria. O texto da NIB foi apresentado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula destacou que as propostas apresentadas são o começo de um desafio ainda maior. “O problema não termina aqui. Ele começa aqui. Temos agora 3 anos pela frente, para termos uma coisa concreta”, disse.
A nova política prevê o uso de recursos públicos para atrair investimentos privados. Entre as medidas, a criação de linhas de crédito especiais; subvenções; ações regulatórias e de propriedade intelectual, bem como uma política de obras e compras públicas, com incentivos ao conteúdo local, para estimular o setor produtivo em favor do desenvolvimento do país.
Com isso, serão destinados R$ 300 bilhões em financiamentos para a nova política industrial até 2026. “Além dos R$ 106 bilhões anunciados na primeira reunião do CNDI, em julho, outros R$ 194 bilhões foram incorporados, provenientes de diferentes fontes de recursos redirecionados para dar suporte ao financiamento das prioridades da Nova Indústria Brasil”, informou a Presidência da República.
Caminho certo
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) avaliou que o governo brasileiro está “no caminho certo” ao lançar a nova política. O vice-presidente da CNI, Leonardo de Castro, ressaltou a importância de contar com o setor público no processo de retomada da indústria brasileira.
“Esse é o anúncio de uma política pública moderna, que redefine escolhas para o desenvolvimento sustentável, com mais investimento, produtividade, exportação, inovação e empregos, por meio da neoindustrialização”, afirmou.
A Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe) também enxerga com “bons olhos” o NIB. De acordo com a instituição, o plano converge com as ações propostas pela Fiepe e pela CNI.
“Em 2013, a Fiepe criou um documento que se chama Propostas de uma Política Industrial para o Estado de Pernambuco, que é um documento que traz uma série de ações que visam melhorar a competitividade do Estado, o fortalecimento das indústrias e, consequentemente, gerar emprego. Isso foi feito em 2013. Em 2022, a gente atualizou esse documento, porque ele pouco saiu do papel. Em 2023, a CNI criou um documento que se chama Plano de Retomada da Indústria e entregou ao governo federal”, destacou o economista da Fiepe, Cézar Andrade.
No Nova Indústria Brasil, seis missões norteiam os trabalhos até 2033, são elas: cadeias agroindustriais sustentáveis e digitais para a segurança alimentar, nutricional e energética; complexo econômico industrial da saúde resiliente para reduzir as vulnerabilidades do SUS e ampliar o acesso à saúde; infraestrutura, saneamento, moradia e mobilidade sustentáveis para a integração produtiva e bem-estar nas cidades; transformação digital da indústria para ampliar a produtividade; bioeconomia, descarbonização e transição e segurança energéticas para garantir os recursos para futuras gerações; e tecnologias de interesse para a soberania e defesa nacionais.