Andreas Kisser critica baterista que deixou Sepultura às vésperas de última turnê
Boato é de que Eloy Casagrande irá para a banda americana Slipknot
A poucos dias de começar a sua turnê de despedida (na sexta-feira, em Belo Horizonte), o grupo Sepultura se deparou com a notícia de que seu bateria, Eloy Casagrande, estaria a caminho da banda americana Slipknot.
Na terça (27), o grupo confirmou em sua página no Instagram a saída do baterista, que estava com a banda desde 2011. Em seu lugar, entrou o americano Greyson Nekrutman, de 21 anos, que veio do jazz e até ano passado estava tocando com uma banda punk da Califórnia.
Andreas Kisser, vocalista da banda, usou seus Stories para criticar o ex-colega:
"Eloy tem todo o direito de seguir com a vida dele, afinal de contas, o cara é novo e está cheio de energia. No entanto, a atitude dele foi lamentável e desrespeitosa para com a banda e os fãs! Ele deve muito ao Sepultura por toda a projeção de nível mundial que tem hoje em dia. Inclusive, se ele for mesmo para o Slipknot, é graças à visibilidade que teve através do Sepultura. Continua achando Eloy um baterista foda, pois ele é independente de qualquer coisa, mas a atitude dele foi realmente lamentável."
O músico continuou: "O Sepultura é gigante e vai superar tudo isso com maestria, são 40 anos e não 40 dias. E o baterista Greyson Nekrutman, que teve a honra de encarar a missão nos próximos 18 meses de shows da banda, é absurdamente incrível!"
Um dos grandes nomes do heavy metal mundial e a banda brasileira de maior fama internacional, o Sepultura alegou que foi pego de surpresa no último dia 6, quando recebeu a decisão de Eloy, ''sem aviso prévio ou qualquer tipo de debate sobre como fazer a transição''. O boato é de que o baterista estaria indo para a banda americana Slipknot, no lugar de Jay Weinberg, demitido em novembro passado.
Sobre o novo integrante, o Sepultura diz: "Felizmente o virtuoso baterista americano Greyson Nekrutman assumirá o cargo e será recebido como novo integrante da banda na turnê de despedida.” A tour mundial que marcará o fim dos trabalhos do grupo tem o sugestivo nome de “Celebrating Life Through Death”. Em São Paulo, o show será no Espaço Unimed, no dia 6 de setembro.
Os momentos derradeiros da banda renderão um álbum de 40 músicas — com cada faixa gravada em uma cidade diferente. As primeiras gravações já foram iniciadas.
— É nossa última turnê. Vamos parar. Justamente porque estamos no melhor momento da história da banda, já passamos muitos perrengues dentro e fora do palco. Hoje temos uma condição fantástica, nos respeitamos, nos admiramos e construímos o negócio juntos. O (álbum) "Quadra" (de 2020) é prova disso. É um dos pontos altos da nossa carreira — afirmou o guitarrista Andreas Kisser, ao longo da coletiva de imprensa do anúncio da turnê, em dezembro passado. — Saímos de cena tranquilos e em paz.
Impacto global
O surgimento da banda de heavy metal com sotaque — e sonoridade — brasileira remonta a cidade mineira de Belo Horizonte no ano de 1984. Na época, os irmãos Max e Igor Cavalera, que deixaram a banda em 1996 e 2006, respectivamente (e hoje tocam o Cavalera Conspiracy), montaram o grupo ao lado do baixista Paulo Jr., que segue até hoje dentro do expediente da banda. Andreas Kisser chegou ao time em 1987 e se manteve na formação do Sepultura até os dias atuais.