Entenda por que o pé diabético tem alta incidência no Nordeste
Esse tipo de úlcera ocorre em 34% das pessoas com diabetes e mata mais que o câncer. Pé diabético afeta 18 milhões de pessoas
O pé diabético é um dos problemas mais comuns entre os pacientes que convivem com a diabetes, e foi um dos principais temas no 3º Fórum de Atualização e Inovação em Diabetes, que aconteceu no Recife, diante da alta incidência de casos desse tipo de úlcera na região nordestina. O evento foi realizado pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), e aconteceu entre os dias 1º e 3 de maio.
Por que pé diabético é mais frequente no Nordeste?
Os fatores que explicam a ocorrência maior de pé diabético no Nordeste são difusos. Entre as condições que levam a esse fenômeno, estão questões étnicas e genéticas, como a predisposição em afrodescendentes e povos originários das Américas, grupos com forte presença na população dos estados nordestinos. Esse panorama é agravado pelo fato da região, que concentra 1/3 dos habitantes do Brasil, ter desafios sociais (na saúde pública, por exemplo) e de infraestrutura (saneamento), entre outros maiores que outras áreas, como Sudeste e Sul.
Além da neuropatia, outro fator que pode levar à ocorrência do pé diabético é a falta de cuidados e higiene na região. Para falar mais sobre o assunto, Patrícia Breda, âncora da Rádio Folha 96,7 FM, conversou no Canal Saúde com a médica endocrinologista Geisa Maria Campos coordenadora do Departamento De Neuropatias da Sociedade Brasileira de Diabetes que explicou com mais detalhes o que seria o pé diabético.
“A gente hoje fala do pé diabético que é uma complicação do diabetes e tem um envolvimento dos nervos periféricos, a neuropatia diabética, a doença vascular periférica e as alterações biomecânica dos pés, ou seja, o pé adquire deformidade que acontece pela neuropatia que mudam as pressões da pisada e se a gente não interferir nessa fase, pode terminar por aparecer calos íntimos nos pés, é aí onde mora o problema”
A médica alertou para os perigos do pé diabetico e trouxe dados sobre a sua mortalidade ser maior do que vários tipos de cânceres
“A úlcera em pé diabético mata mais que câncer de mama, e não só câncer de mama, mata mais do que câncer de próstata, mata mais do que câncer de colo que é no intestino, só não mata mais do que câncer de pulmão, mas de que a maioria dos câncer a úlcera de pé mata mais, então é uma coisa muito séria.”
A especialista ressaltou a importância dos pacientes diabéticos se cuidarem para evitar complicações como o pé diabético
“Quem tem diabetes está sujeito a ter as complicações, principalmente a pessoa que não controla adequadamente a sua glicose, mas também não é só a glicose, tem que controlar bem a pressão arterial, colesterol, triglicerídeos, tem que cuidar dos sapatos que usa, não deve andar descalço, então tem todo um cuidado com o pé. Por exemplo, se você tem neuropatia, e você não se sente bem com os pés, pode-se ralar o pé na sandália e se não sentir nada, pode ser um sinal. Os principais sinais são quando o pé começa a apresentar calos que sangram ou já sangraram e é aí onde a bactéria entra e causa um grande estrago e aumenta a chance de amputar”
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