Jon Jones tem histórico de polêmicas 'recheado'
Teste positivo em exame antidoping do lutador é apenas mais um capítulo em um leque vasto de confusões
O talento de Jon Jones para deixar fãs e críticos boquiabertos é incontestável. E, na mesma proporção em que surpreende a todos positivamente, o lutador também causa espanto pelo seu histórico de presepadas. Acidentes de trânsito, briga em entrevista coletiva, uso de substâncias proibidas... O leque é vasto. A mais recente polêmica envolvendo Jones é um novo resultado positivo em exame antidoping - o terceiro da carreira -, que chega para manchar o até então triunfal retorno ao octógono.
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A substância da vez é Turinabol, que oferece um ganho moderado, porém de extrema qualidade, de massa muscular, sem gordura e retenção de água, além de aumentar a definição corporal e a força. Fora isso, possui efeitos colaterais menos agressivos. O uso foi identificado no exame realizado no dia 28 de julho, após a pesagem prévia da luta contra Daniel Cormier, no UFC 214. No combate, ele venceu por nocaute com um chute alto no terceiro round, faturando o cinturão dos médio-pesados.
Já informado pela USADA (Agência Americana Antidoping) sobre o resultado positivo, Jones aguarda os próximos passos do caso, que será julgado pela Comissão Atlética do Estado da Califórnia (CSAC), uma vez que a luta aconteceu em Anaheim.
Durante a gravação de um programa televisivo em Las Vegas, o presidente do UFC, Dana White, não escondeu o desapontamento com o fato, revelando que planejava casar uma superluta entre Jones, então campeão dos médio-pesados, e Stipe Miocic, campeão dos pesos-pesados, para dezembro. White lamentou ainda a possibilidade de esse caso colocar um ponto final na carreira do talentoso lutador, que está com 30 anos. A reincidência de Jones pode gerar uma pena mais severa, mas isso não é uma certeza. Diferente de grande parte dos esportes olímpicos, o MMA não costuma banir ou necessariamente aplicar penas mais duradouras a lutadores por reincidência, tanto que há atletas com históricos polêmicos ainda em atividade.
Redes sociais
No twitter, o público não perdoou o novo deslize e lembrou uma postagem recente de Jones, na qual ele alfinetava Cormier. "Daniel diz que a única razão para eu ter ganho dele na primeira vez é que usei esteroides. Curioso para saber qual será a sua desculpa desta vez", teria postado antes do UFC 214.
Histórico de polêmicas de Jon Jones
2011 - primeiro acidente de trânsito
Bateu o carro dias antes do UFC 126, no qual venceu Ryan Bader. Ele e os amigos saíram ilesos, mas a motorista do outro veículo saiu do local de casa. Segundo Jones, a polícia o inocentou de culpa no acidente.
2012 - prisão por acidente e embriaguez ao volante
Preso em Nova York por suspeita de embriaguez ao volante após bater em um poste. Ele estava acompanhado de duas mulheres, que sofreram lesões, e só foi liberado após sua mãe pagar fiança. Jones perdeu a habilitação por seis meses, foi multado em US$ 1 mil e condenado a pagar o conserto do poste.
2014 - briga em coletiva
No momento da famosa encarada com Daniel Cormier, Jones pressionou a testa contra a cabeça do rival, que o empurrou. Como resposta, Jones derrubou ele, dirigentes do UFC e acessórios do palco. A briga, apartada pelas equipes e por seguranças, rendeu multa de US$ 50 mil e 40 horas de serviço comunitário a Jones.
2015 - primeiro doping
Testou positivo em um exame realizado em dezembro de 2014, por uso de cocaína. A Comissão Atlética de Nevada, responsável pelo exame, contudo, não o puniu, alegando que o teste foi realizado fora do período de competição.
2015 - acidente, fuga, prisão e perda de cinturão
Em abril de 2015, em Albuquerque, Novo México, ele causou um acidente de trânsito envolvendo três veículos, deixando ferida uma mulher grávida, que dirigia um dos carros. O lutador fugiu do local, mas deixou evidências de seu envolvimento. Em poucos dias, foi preso e destituído do cinturão dos meio-pesados.
2016 - violação da condicional e perda a habilitação
Pego dirigindo em alta velocidade sem habilitação. Pouco depois, acabou fichado pela polícia de Albuquerque por violar os termos de sua liberdade condicional. Em julgamento, escapou de um toque de recolher que o obrigaria a passar as noites na prisão, mas perdeu a carteira de motorista e foi sentenciado a cursos de reciclagem.
2016 - segundo doping
Dias antes do UFC 200, foi flagrado pelo uso das substâncias clomifeno e letrozole, bloqueadores de estrogênio, e perdeu novamente o título. Comprovou em julgamentos que havia sido vítima da contaminação de um estimulante sexual que ingeriu, mas foi suspenso por um ano.
Outros figurões reincidentes
Chael Sonnen
Pego pela primeira vez em 2010, após derrota para Anderson Silva, com níveis alterados de testosterona. Foi suspenso por um ano, mas reduziu para seis meses. Em 2014, caiu novamente, por uso de anastrozol, e anunciou a aposentadoria. Pouco depois, falhou em novo exame.
Vitor Belfort
A Comissão Atlética de Nevada descobriu o uso de TRT (Terapia de Reposição de Testorenona) em 2014. Ele alegou também sofrer de hipogonadismo e foi habilitado a lutar depois de ficar suspenso. Mas não foi o primeiro caso dele. Em 2006, ainda no Pride, ele testou positivo para hidroxi-testosterona.
Antônio Pezão
O peso-pesado brasileiro foi flagrado duas vezes. A primeira, em 2008, apontou o esteroide "boldenona", ocasião em que alegou não saber da presença dessa substância nos suplementos utilizadois. A segunda foi em 2013, e, segundo ele, aconteceu por uma falha na administração da TRT. Pezão foi suspenso por nove meses.
Anderson Silva
Flagrado pela primeira vez em um exame feito no dia 9 de janeiro de 2015, que continha a presença de dois esteroides anabolizantes: androsterona e drostanolona. No dia 31 do mesmo mês, após vencer Nick Diaz no UFC 183, voltou a testar positivo, recebendo pena mais severa. Diaz, um campeão no aspecto doping, também testou positivo no mesmo combate.