Taxa de desemprego ficou estável na maioria dos estados no quarto trimestre, aponta IBGE
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Trimestral, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira
A economia aquecida fez o desemprego alcançar o menor nível já registrado em 14 estados brasileiros em toda a série histórica. A taxa chegou a ficar abaixo de 3% em algumas regiões. Esse desempenho também se refletiu na redução da desocupação de longa duração. Ao todo, 1,4 milhão de brasileiros buscavam emprego há dois anos ou mais no ano passado – o menor contingente desde 2015, quando havia 1,6 milhão de pessoas.
Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua Trimestral, divulgada pelo IBGE nesta sexta-feira.
Na média nacional, o desemprego foi de 6,6% em 2024, uma queda de 1,2 ponto percentual em relação a 2023. Na comparação estadual, os destaques foram Mato Grosso (2,6%) e Santa Catarina (2,9%), que lideram com os índices mais baixos.
Os 14 estados com desemprego em mínima histórica em 2024
Mato Grosso (2,6%)
Santa Catarina (2,9%)
Espírito Santo (3,9%)
Mato Grosso do Sul (3,9%)
Minas Gerais (5,0%)
Tocantins (5,5%)
São Paulo (6,2%)
Acre (6,4%)
Ceará (7,0%)
Maranhão (7,1%)
Alagoas (7,6%)
Amapá (8,3%)
Amazonas (8,4%)
Rio Grande do Norte (8,5%)
Os resultados refletem a diversificação da expansão da ocupação ocorrida em diversas atividades econômicas, diz Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE.
Os números mostram que a expansão do emprego foi disseminada, já que aconteceu em diversas atividades econômicas, diz Adriana Beringuy, coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE:
— Como comércio, indústria, transporte e logística e construção ao longo de 2024.
Desaceleração do emprego no 4º tri
O desemprego alcançou mínimas históricas no ano passado, mas o ritmo de queda desacelerou no quarto trimestre. O índice ficou estável em 24 das 27 unidades da federação. Houve redução apenas no Rio Grande do Sul (de 5,1% para 4,5%), Minas Gerais (5,0% para 4,3%) e Paraná (4,0% para 3,3%).
Em termos de indicador, o desemprego no quarto trimestre foi mais alto em Pernambuco (10,2%), Bahia (9,9%) e Distrito Federal (9,1%). Só o Distrito Federal e o Rio de Janeiro (8,2%) escapam das regiões Norte e Nordeste na lista dos 16 estados com taxa acima da média nacional, de 6,2%.
Já as menores taxas ficaram com Mato Grosso (2,5%), Santa Catarina (2,7%) e Rondônia (2,8%).
A Região Sul foi a única a registrar aumento no rendimento no quarto trimestre. O valor médio passou de R$ 3.611 para R$ 3.704, enquanto as demais permaneceram estáveis.
Desigualdade de gênero e raça
Os números da Pnad mostram que as desigualdades de gênero e raça persistem no mercado de trabalho. A taxa de desocupação foi de 5,1% para os homens e 7,6% para as mulheres no quarto trimestre.
A desigualdade também aparece quando analisada por cor ou raça. O índice de desemprego foi 4,9% entre os brancos - abaixo da média nacional -, enquanto para os pretos (7,5%) e pardos (7%) ficou acima dessa média.
O desemprego foi maior para pessoas com ensino médio incompleto (10,3%). Para quem possui nível superior incompleto, a taxa ficou em 6,6% no mesmo período, o dobro da registrada entre aqueles com nível superior completo (3,3%).
Pnad x Caged
A Pnad traz informações sobre trabalhadores formais e informais. Divulgada mensalmente, a pesquisa traz dados do trimestre. A coleta de dados é feita em 210 mil domicílios, espalhados por 3.500 municípios em todo o país.
Outra pesquisa é a do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Esta só traz informações sobre trabalho com carteira assinada, com base no que as empresas informam ao ministério.