Inovação e Educação: a economia do futuro em Pernambuco
A matriz econômica de Pernambuco precisa de uma transformação estratégica. O modelo atual, centrado em setores de baixa complexidade e dependente de subsídios, não é mais suficiente para sustentar o crescimento necessário para reduzir desigualdades e posicionar o estado como um competidor global. É essencial adotar um novo modelo que priorize negócios de escala global, eleve a renda per capita, promova a educação como base do desenvolvimento e aproveite o talento existente em cargos de gestão para criar empresas disruptivas.
A construção de negócios de alcance internacional é crucial para colocar Pernambuco no mapa econômico global. Algumas iniciativas já obtiveram sucesso, mas é necessário ampliá-las em setores estratégicos que possam também competir fora do Brasil. Políticas públicas que fomentem inovação, pesquisa e desenvolvimento, além de uma conexão mais forte entre empreendedores locais e redes globais, são indispensáveis. A mentalidade global desde a concepção dos negócios é chave para superar barreiras e criar empresas competitivas.
Outro aspecto essencial é a disparidade entre o faturamento das empresas e a renda da população. O crescimento econômico só é sustentável quando reflete em melhores condições de vida, o que exige a criação de empregos de qualidade, com salários competitivos e oportunidades reais de ascensão. Modelos de negócios inovadores e sustentáveis têm maior capacidade de distribuir valor, reinvestir em equipes e fortalecer o tecido social. Pernambuco precisa priorizar o impacto social como parte de sua estratégia econômica.
A transformação econômica do estado também depende da educação. A formação técnica e superior deve estar alinhada às demandas de uma economia inovadora e tecnológica. Programas que conectam jovens a mercados complexos já mostram resultados, mas é preciso avançar. Parcerias público-privadas e centros de formação alinhados às tendências globais são fundamentais para preparar novos profissionais e empreendedores. A educação deve ser vista como um pilar estratégico para impulsionar tanto a economia quanto o desenvolvimento humano.
Além disso, há um potencial subaproveitado: o capital humano em cargos de alta gestão. Muitas pessoas atuantes em nível de gestão possuem visão estratégica e experiência para fundar negócios de impacto, mas permanecem restritos a trajetórias corporativas tradicionais. Apoiar esses profissionais no empreendedorismo global, por meio de estruturas de mentoria e venture building, pode transformar a economia do estado, diversificando setores e acelerando a inovação.
A substituição da matriz econômica de Pernambuco é desafiadora, mas possível. É essencial unir esforços do setor público, privado e da sociedade civil com uma visão de futuro. É o momento de abandonar modelos ultrapassados e adotar estratégias focadas em inovação, inclusão e escala global. O futuro de Pernambuco depende de ações agora.
* Diretor de Inovação do Porto Digital.
___
Os artigos publicados nesta seção não refletem necessariamente a opinião do jornal. Os textos para este espaço devem ser enviados para o e-mail cartas@folhape.com.br e passam por uma curadoria antes da aprovação para publicação.