Carnaval 2025: Confira as dicas para evitar furtos e golpes digitais e não perder a folia
Uma dica essencial para quem vai curtir o Carnaval 2025 é ativar o serviço de geolocalização do celular e cadastrá-lo no "Alerta Celular", da Secretaria de Defesa Social
Para quem pretende brincar o Carnaval 2025, seja ele no clube, baile ou na rua, é preciso estar atento a todas as orientações para curtir a festa e evitar dores de cabeça por conta de incidentes que poderiam ter sido evitados. Neste cenário, a atenção em relação a pertences e itens essenciais, como o celular, deve ser redobrada, principalmente em locais de grande aglomeração.
É de conhecimento geral que, no período carnavalesco, um dos principais alvos de roubos e furtos é o celular. No aparelho, além do valor de mercado, também estão contidas informações detalhadas sobre a vida do proprietário, incluindo documentos e dados bancários.
Localização
A delegada de crimes cibernéticos, Isabela Porpino, alerta os foliões sobre a necessidade de manter essas informações protegidas em caso de roubo, furto ou extravio. Segundo ela, uma dica essencial é ativar o serviço de geolocalização do celular e cadastrá-lo no “Alerta Celular”, da Secretaria de Defesa Social.
“Seja ele Android ou iOS, mesmo que o aparelho seja desligado, é possível rastreá-lo se essa função [geolocalização] estiver ativada. Além disso, é importante que você tenha seu aparelho cadastrado nesses serviços e registre, o mais rápido possível, um Boletim de Ocorrência (BO) na delegacia mais próxima ou online no site da SDS. Quanto mais rápido você registrar, o seu celular vai ser “ativado” como queixado e a polícia pode recuperá-lo”, orienta a delegada.
Para cadastrar o aparelho no Alerta Celular, o folião precisa acessar o site alertacelular.sds.pe.gov.br e realizar o cadastro com informações pessoais e incluir o código IMEI, que pode ser consultado digitando no teclado do aparelho o seguinte código: *#06#, marca e modelo do dispositivo.
A delegada ressalta que o usuário pode cadastrar mais de um aparelho em sua conta. Além disso, celulares que comportam dois chips possuem dois códigos IMEI e ambos devem ser cadastrados.
“É importante cadastrar os dois números e, quando você for registrar BO, é preciso informar ao policial esses dois números. Porque só assim, através do número de IMEI, que um celular pode ser queixado”, alerta Isabela.
Aparelhos recuperados
De acordo com dados da SDS, 50 celulares foram recuperados com a ajuda do Alerta Celular no Carnaval de 2024. Um aumento de 85% em comparação com o ano anterior (2023).
Na terça-feira de Carnaval daquele ano, as polícias Civil e Militar de Pernambuco realizaram a entrega de 23 desses aparelhos, recuperados durante uma ação que prendeu três integrantes de uma associação criminosa que veio de Manaus para atuar na folia em Pernambuco.
O major Fábio Pereira, subcomandante do 6º Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), reforça a importância do registro do BO e do cadastro no sistema da SDS.
“Realizar essas medidas ajuda na recuperação dos aparelhos, permite que a Polícia Militar, que atua em campo, identifique os celulares queixados como roubados durante as abordagens. Muitas vezes, recuperamos celulares que não estão cadastrados e, sem um meio oficial de comprovação, eles acabam não sendo devolvidos”, afirma o major.
O subcomandante do 6º BPM também explica como ocorrem as verificações das queixas dos aparelhos durante as abordagens realizadas pela polícia militar.
“O policial solicita o desbloqueio do celular e, digitando o código *#06#, escaneia o número do IMEI do aparelho através do nosso sistema. Com o aparelho cadastrado no sistema como roubado, ele será recuperado e a pessoa que estiver com ele será encaminhada à delegacia”, explica o subcomandante do 6º BPM.
Dados seguros
A delegada de crimes cibernéticos alerta ainda que, com as novas tecnologias, os foliões também devem estar atentos aos meios de proteger as informações e dados pessoais contidos no aparelho, em caso de roubo, furto ou extravio do aparelho.
Uma das opções é limitar o uso de aplicativos sensíveis, como os de bancos, por meio de limite de tempo de uso e senhas adicionais. Outra opção é baixar o aplicativo do Governo Federal, “Celular seguro".
O programa funciona como um botão de emergência que aciona a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), as operadoras de telefonia e os bancos, de forma rápida, para impedir que os criminosos tenham acesso aos dados contidos no aparelho.
“Caso tenha dificuldade em bloquear os aplicativos bancários com as instituições financeiras ou o número junto a operadora, você pode bloqueá-los através desse aplicativo. Basta baixar na loja oficial do seu aparelho celular e fazer o cadastro”, orienta a delegada.
Para realizar o cadastro do aparelho no Celular Seguro é preciso informar apenas dados básicos, como número de telefone, operadora e marca do aparelho. Na plataforma, o usuário pode escolher quais dados serão bloqueados no telefone e tem até 15 dias para notificar a perda ou roubo do dispositivo.
Ameaça digital
Durante a folia, a conexão a redes Wi-Fi públicas também pode representar um grande risco às informações dos usuários, alerta Isabella. Também é preciso ter atenção na hora de emprestar a sua rede móvel para desconhecidos.
“Hackers utilizam essas redes para acessar os dados dos dispositivos. O ideal é usar apenas a sua rede móvel, especialmente para pagamentos ou acessos a aplicativos bancários”, destaca Isabela.
Outro ponto de atenção, de acordo com a delegada, é o cartão de crédito. Se optar por levá-lo para a folia, Isabela orienta que o ideal é colocar uma tarja preta cobrindo os dados do cartão, como o código de segurança, que geralmente está no verso do cartão.
“Se for inserir cartão na máquina, sempre insira você mesmo. Nunca dê para que terceiros o façam. Essas pessoas podem decorar os dados do seu cartão e utilizá-lo para compras online”, orienta Isabela.
Também é preciso estar atento à opção de pagamentos por aproximação. “Infelizmente, criminosos podem clonar cartões ou realizar transações sem que a vítima perceba. O ideal é desativar essa função no período do Carnaval ou, se não for possível, envolver o cartão em papel alumínio para evitar a leitura indevida”, explica a delegada.
Folião seguro
Para garantir a integridade física do folião, nas horas de ir e voltar da folia para casa, a delegada também reforça que aplicativos de transporte oferecem recursos de segurança importantes.
“A Uber e a 99 possuem dupla verificação por código e permitem o compartilhamento da corrida com contatos de confiança. Essas funções devem ser ativadas para maior segurança nos trajetos da folia”, afirma.
Além disso, Isabela orienta que é preciso estar atento a tudo que acontece ao seu redor, principalmente em locais de grande concentração de pessoas, e evitar exibir os objetos de valor.
“Evite deixar o celular no bolso de trás. Sempre guarde pertences como este em locais seguros e próximos ao corpo, e utilize doleiras ou pochetes. Outra dica de segurança é colocar uma trava, como elástico de cabelo, prendendo o zíper, para dificultar o acesso do criminoso”, recomenda a delegada.
Gabriel Lucena, estudante e folião de 28 anos, afirma que segue essas dicas há anos e nunca teve problemas no Carnaval.
“Sempre ando com duas pochetes: uma no peito, com dinheiro trocado, e outra escondida, com documentos e celular. Assim, evito passar por esses problemas”, conta o estudante.
Na hora de escolher a pochete, ele conta que também se preocupa com a proteção contra imprevistos. “Prefiro pochetes impermeáveis porque sei que em Olinda sempre rola um banho de mangueira ou até chuva”, explica o folião.
Além da segurança física e digital, Gabriel reforça a importância da companhia de amigos.
“A gente nunca anda sozinho. Sempre em grupo, no mínimo quatro pessoas, e se alguém vai ao banheiro, todo mundo acompanha. Na hora do celular, a regra é clara: tirou a foto, guardou. Só uso em momentos essenciais para evitar problemas e voltar com tudo certinho para casa e não estragar o nosso carnaval”, conclui Gabriel.