DECISÃO

Ciro Gomes vai parar no Serasa após não quitar dívida de R$ 1 mil

Ex-ministro perdeu processo para colunista e foi condenado a pagar os custos advocatícios em 2023

Ciro Gomes vai parar no Serasa após não quitar dívida de R$ 1 mil - Divulgação/União Brasil

O ex-ministro e candidato à Presidência pelo PDT nas eleições de 2022, Ciro Gomes, entrou na lista de inadimplentes do Serasa, após não quitar uma dívida de R$ 1 mil.

Em outubro de 2023, Ciro perdeu um processo contra o colunista de economia Felippe Hermes da Silva e foi condenado a pagar os honorários advocatícios, o que não fez.

A informação foi primeiramente divulgada pelo portal Metrópoles e confirmada, em seguida, pelo Globo.

O processo que levou Ciro Gomes ao Serasa correu no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul. Em 2021, o então pré-candidato à Presidência processou o colunista, por um texto intitulado "Das ideias malucas do Ciro Gomes que vão acabar fazendo o país parar no SPC".

O texto publicado no portal Infomoney criticava a proposta de reestatização da Petrobrás. Ciro alegou que a publicação foi promovida nas redes sociais, o que teria feito com que ele tivesse sua imagem ferida, motivo que o levou a pedir uma indenização de R$ 10 mil.

O processo, contudo, foi julgado improcedente pelo juiz Alexandre Schwartz Manica, da 10ª Vara Cível do Foro Central da Comarca de Porto Alegre, e recebeu baixa definitiva em agosto do ano passado.

"A parte autora por ser um político está exposto a uma maior visibilidade, uma maior exposição pública, onde a crítica como opinião, nem sempre fere a imagem e a intimidade, porque há disputadas de caráter ideológico, devendo-se ter maior tolerância com certas manifestações, próprias do jogo político", alegou o magistrado na decisão.

Com a derrota judicial, Ciro foi intimado a pagar 10% do valor da indenização pedida, por honorários advocatícios. Apesar de ter sido comunicado, não quitou a dívida.

Diante do não pagamento, suas contas foram bloqueadas, mas o valor não foi encontrado, por isso seu nome agora consta no Serasa, desde o último dia de fevereiro.

O Globo procurou a assessoria de Ciro Gomes, mas não obteve retorno até a data desta publicação. A matéria será atualizada, em caso de manifestação.

Outras dívidas não pagas
Esta não é a primeira vez que Ciro Gomes sofre desdobramentos do não pagamento de decisões judiciais. Em maio do ano passado, a 4ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, autorizou uma busca por bens a serem penhorados na residência do ex-ministro Ciro Gomes (PDT).

A decisão ocorreu após o não pagamento de uma indenização em ação movida pela editora Abril Comunicação, ainda em 2018.

A dívida na Justiça paulista datava de uma ação de 2018, quando o ex-ministro processou a revista Veja por danos morais.

Na ocasião, o TJSP deu vitória ao meio de comunicação, determinando que os honorários advocatícios fossem restituídos por Ciro Gomes. Tal valor, contudo, não foi pago e chegou ao montante de R$ 31 mil, após juros e correção monetária.

Já em outubro de 2023, sua esposa, Giselle Bezerra, teve as contas bloqueadas também pela Justiça de São Paulo.

O pedetista é cobrado por uma indenização ao ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB). Em 2002, quando os dois disputavam a Presidência, Ciro deu entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo" com acusações sem provas.