Jiu-Jitsu

Conheça Levi Pereira, jiu-jiteiro de nove anos que vende doces para custear competições

Com o sonho de se tornar um grande atleta de jiu-jitsu, o jovem pernambucano supera desafios financeiros e já vendeu até latinhas para comprar kimono

Levi Pereira, de 9 anos, vende doces para custear competições de jiu-jitsu - Arquivo pessoal

Brownies, empadas e picolés. Itens que poderiam ser encontrados em qualquer padaria, mas que, para o jovem jiu-jiteiro pernambucano Levi Pereira, representam a luta diária para realizar um grande sonho. Aos nove anos, Levi já conhece o amargo da dificuldade, mas não é no tatame que ele tem enfrentado seus maiores desafios.

 

Para custear suas competições de jiu-jitsu, tanto em Pernambuco quanto fora do estado, Levi e sua família se viram de todas as formas possíveis. Eles já venderam uma variedade de produtos nas ruas e na praia de Boa Viagem, no Recife, e até mesmo já chegaram a catar latinhas para arrecadar dinheiro.

 
 
 
 
 
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Morador do bairro do Ibura, na Zona Sul do Recife, Levi começou a praticar o esporte aos sete anos, em 2022.

“Eu o levava para o campo para jogar uma peladinha. Quando cheguei lá, vi que ele não tinha muito talento para o futebol. Então, disse: 'Meu filho, vou te levar para uma academia de jiu-jitsu, de artes marciais', e ele concordou”, contou o pai de Levi, Eduardo Ferreira.

Segundo o pai, Levi foi convidado a fazer uma aula experimental e se apaixonou pelo esporte. No ano passado, começou a disputar competições internas na academia e participou do Campeonato Pernambucano, onde conquistou duas medalhas, — uma de ouro e outra de prata.

O interesse do menino pelo esporte cresceu rapidamente, e ele passou a competir em eventos interestaduais. No último domingo (2), Levi disputou uma competição no estado da Paraíba, conquistando o terceiro lugar.

Porém, com a agenda cheia de competições, os custos começaram a aumentar e, com os pais desempregados, a família teve que encontrar uma maneira de gerar renda para bancar as despesas.

Foi então que surgiu a ideia de vender doces e salgados nas ruas. Quem frequenta a praia de Boa Viagem provavelmente já encontrou Levi e seu pai, ambos vestidos com o kimono, oferecendo seus produtos.

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Levi vendendo doces na praia de Boa Viagem. Foto: Arquivo pessoal

“Ficou muito difícil ficarmos parados em um único lugar para vender. Começamos a vender na academia, mas lá o público era sempre o mesmo. Já vendemos até latinhas na rua, e também empadas. Tem até um vídeo dele vendendo as latinhas. Ele dizia: 'O nome disso não é latinha, é kimono. Vou comprar meu kimono'. E ele conseguiu”, revela Eduardo.

Foi então que o pai teve a ideia de vender nas ruas, com Levi usando o kimono. "Graças a Deus, deu certo. Levi se apresenta de forma educada e organizada. Muita gente abraça a nossa causa”, diz Eduardo.

Entre as competições que Levi irá disputar, uma será realizada no Geraldão, entre os dias 12 e 13 de abril, com custo de R$ 115. Porém, o evento mais importante para o jovem atleta é a Salvador Fall Kids International Open, que ocorrerá na Bahia, em 30 de março.

A inscrição custa R$ 227, mas, somando o valor da passagem e hospedagem, o pai de Levi estima um custo de aproximadamente R$ 1.400.

Levi durante competições. Foto: Reprodução/Instagram

Além disso, há o custo fixo da academia, com mensalidade de R$ 182, e o valor gasto com alimentação e suplementos.

"O esporte tem feito uma grande diferença na vida de Levi. Ele é um menino tímido, mas, graças ao jiu-jitsu, tem desenvolvido sua confiança e perdido a timidez, especialmente no contato com as pessoas. Sem contar que o jiu-jitsu é também uma autodefesa para ele", destacou o pai.

Além das vendas, a família de Levi também recebe doações por meio da chave Pix: 81 98772-7410, em nome de Eduardo Ferreira dos Santos, Banco Inter. É possível acompanhar o pequeno atleta pelo Instagram @levijiujiteiro.