FUTEBOL

Investigado, Piqué chora ao defender comissões milionárias para levar Supercopa à Arábia Saudita

Ex-jogador prestou depoimento a tribunal de Majadahonda e lamentou danos de processo à reputação

Ex-jogador Gerard Piqué chega a tribunal de Majadahonda - Oscar Del Pozo/AFP

O ex-zagueiro da seleção espanhola Gerard Piqué defendeu a legalidade das milionárias comissões recebidas pela organização da Supercopa da Espanha na Arábia Saudita. O ex-jogador do Barcelona prestou depoimento nesta sexta-feira, na condição de suspeito de cometer práticas ilegais, ao o Tribunal de Instrução nº 4 de Majadahonda. À Corte, ele disse sempre ter atuado como agente de Riad, e não da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), de quem negou ter auferido qualquer quantia.

Segundo os jornais Marca, Mundo Deportivo e Sport, Piqué foi às lágrimas ao defender sua inocência e lamentar o dano da acusação à sua imagem pública.

"O ex-jogador do FC Barcelona não hesitou em afirmar que, em outro país, teria sido prestada uma homenagem a alguém que arrecadou tanto dinheiro para a RFEF, mas que na Espanha foram abertos processos judiciais", escreveu o Marca.

 

O processo tenta determinar se a mediação de Piqué na transferência da Supercopa da Espanha para a Arábia Saudita foi ilegal.

Uma decisão judicial de maio passado anunciou a acusação do ex-zagueiro e explicou que os fatos sob investigação "têm origem em possíveis ilegalidades com implicações penais na contratação de acordos" entre a RFEF e a Arábia Saudita.

Os contratos, no valor de 40 milhões de euros por ano para a competição na Arábia Saudita, incluíam uma cláusula para "garantir o pagamento da comissão anual de 4 milhões de euros à Kosmos", empresa de Piqué, dizia o texto. A Kosmos mediou essa operação quando Piqué ainda era jogador do Barça.

Sob esse acordo, a Supercopa começou a ser realizada na Arábia Saudita em 2020. A investigação sobre Piqué decorre de um processo contra o ex-presidente da RFEF, Luis Rubiales, por suposta corrupção e supostos contratos irregulares durante seu mandato, sob o qual foi assinado o acordo para transferir a Supercopa.