Conflito

Malafaia chama Marcos Pereira de cretino após resistência a PL da anistia

Desavença foi motivada por declaração de deputado federal defendendo que texto legislativo só seja avaliado pelo Congresso em 2026

Malafaia grava vídeo com ataques a Marcos Pereira após resistência a PL da Anistia - Cristiano Mariz /Cristiano Mariz

O pastor Silas Malafaia divulgou um vídeo em suas redes sociais nesta quarta-feira sociais atacando o presidente do Republicanos e deputado federal Marcos Pereira, membro da Igreja Universal.

A desavença foi motivada por um comentário no parlamentar contrário à discussão no Congresso neste momento do projeto de lei que prevê anistia aos participantes dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023.

— Estou em um misto de indignação e vergonha. O pastor Marcos Pereira envergonha a Igreja Universal e todos os evangélicos. Ontem ele deu uma entrevista na CNN dizendo que o projeto da anistia não deve ser votado agora porque ele contamina o de ate de 2026. Tem que ser muito cretino para falar isso. Nesta mesma entrevista ele diz que Lula está experiente e sabe fazer política. Sabe por que ele diz isso? Porque o partido dele tem ministério neste governo e tem cargos — afirmou Malafaia.

 
 
 
 
 
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Na mesma publicação, o pastor cobrou um posicionamento de políticos filiados ao Republicanos, que assim como ele são apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro e já se manifestaram favoráveis ao projeto da anistia.

— O governador Tarcísio, que é do Republicanos, estava na manifestação aqui no Rio, ele é a favor. A Damares é a favor da anistia, o general Mourão. Gente expoente do partido. Quem é você? Essas pessoas, ou saem deste partido ou se posicionam veementemente contra ele — afirmou Malafaia

Os ataques foram motivados por uma entrevista de Marcos Pereira à CNN, nesta terça-feira. Nela, ele afirmou que, mesmo enxergando que há uma parte grande da bancada do Republicanos favorável ao projeto da anistia e considerando que algumas penas foram "exageradas" , espera que a discussão dele só aconteça em 2026, após a próxima eleição presidencial.

“Esse tema da anistia é um tema muito sensível. Nós não debatemos ainda esse tema na bancada do Republicanos. Nós temos hoje uma bancada de 44 deputados federais e precisa ser debatido. O sentimento que eu tenho, das minhas conversas individuais com os meus colegas de partido, é que de há um amplo favoritismo da bancada para apoiar essa pauta, porque entendem esses colegas que algumas penas estão exageradas. (...) O ideal é que o debate de 2026 seja feito sem essa pauta, que eu penso que não só contamina o debate da eleição presidencial como também a própria governabilidade e a própria atuação da Câmara e do Senado”, disse Pereira.

Ato Copacabana
O pastor Silas Malafaia é um dos principais defensores do projeto que prevê anistia para os participantes dos atos de 8 de janeiro, quando manifestantes depredaram os prédios da Praça dos Três Poderes, em Brasília, inconformados com a vitória de Lula nas eleições.

O religioso organizou o ato promovido por Jair Bolsonaro na Praia de Copacabana no último domingo, em prol do texto legislativo.

Malafaia foi, mais uma vez o responsável pelos ataques mais ríspidos a Moraes, a quem tratou como "criminoso".

Criticou o inquérito das Fake News, a delação premiada do ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, e provas coletadas que embasaram a denúncia da tentativa de golpe de Estado.

Criticou ainda o que vê como celeridade do Judiciário ao julgar o caso.

Além de inelegível por oito anos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Bolsonaro pode se tornar este mês réu por uma trama golpista para permanecer no poder.

Ele e outras 33 pessoas foram denunciados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por cinco crimes.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga a denúncia a partir de 25 de março.