Folha Imóveis

Como comprar o seu imóvel

Itens importantes envolvem a compra de um imóvel, desde a localização até a escolha de um projeto na planta, já em construção, novo ou usado

Aquisição da casa própria requer análise de vários fatores; confira - Freepik

Realizar o sonho da casa própria é um desejo de 93% dos brasileiros que ainda não têm um imóvel para chamar de seu. De acordo com uma pesquisa divulgada pelo Datafolha, o interesse é ainda mais forte entre os jovens com idade entre 16 a 34 anos, sendo predominante entre 97% desse grupo.

No entanto, é comum que algumas dúvidas apareçam no momento da busca pelo lugar ideal. Os questionamentos costumam surgir ao longo das etapas necessárias para efetivar a compra de um imóvel. 

Isso porque a aquisição envolve mais do que a procura por uma casa ou apartamento. Quem vai adquirir um imóvel também precisa vivenciar um processo de escolha que envolve a decisão de compra por um local na planta, já em construção, novo ou usado, por exemplo. 

Além disso, também podem aparecer dúvidas com relação aos processos, como a busca por financiamento ou quais são os documentos necessários para dar início a compra. 

PONTOS
De acordo com Paula Carolina, Chief Produtc Officer (CPO) do Hub Nogueira Soluções Imobiliárias, para concretizar a aquisição é preciso que três principais pontos sejam observados: a necessidade, a expectativa e a realidade.

"Comece definindo o quanto da sua renda você deseja comprometer, isso te dará um direcionamento do valor do imóvel que você pode comprar", diz Paula Carolina | Foto: Hub Nogueira/Divulgação

Por isso, o novo comprador deverá listar exatamente os itens que considera como necessários em seu novo lar. Os pontos deverão incluir as necessidades que estão além da residência, como comodidades no condomínio/residencial e até mesmo no bairro onde o imóvel está localizado.

Nesse momento, devem ser avaliadas algumas questões que vão além da nova moradia, como a segurança, facilidades para o deslocamento, presença e proximidade de pontos de comércio, educação e saúde, por exemplo. 

“Quando falamos de médio e alto padrão, o primeiro passo para a busca do imóvel ideal é encontrar um empreendimento que atenda às necessidades de moradia que você precisa, com entregas que vão além do imóvel, atrativos do entorno também devem ser considerados. Localização é um dos fatores decisivos”, observa Paula.

Já no segmento econômico, a recomendação da CPO do Hub Nogueira é de que cada passo para a realização do sonho da casa própria seja planejado. Isso envolve especialmente o orçamento que está disponível para a aquisição. “É preciso entender o teto de renda familiar na busca do imóvel que se adeque ao seu perfil”, afirma Paula.

CUSTO
Com relação ao orçamento, o comprador deverá se atentar especialmente aos pontos que vão além do custo do imóvel. Isso porque é comum que a preocupação esteja focada no preço da casa ou apartamento em si.

No entanto, também é preciso que o comprador lembre que precisará realizar o pagamento das taxas de administração, a correção monetária, registro do imóvel, IPTU e personalização. Todos esses gastos devem ser levados em consideração no momento de projetar o orçamento disponível. 

Ao identificar os futuros gastos, é preciso que as condições de pagamento que serão escolhidas também sejam analisadas. No caso da compra de um apartamento na planta, o consumidor pode contar com o benefício das condições de pagamento facilitadas, já que a quitação das parcelas costuma acompanhar o andamento da obra. 

Já para quem opta por um imóvel já construído ou que será repassado por outro dono, é comum ter que desembolsar todo o valor da casa ou apartamento. No entanto, em alguns casos, também é possível conseguir financiamento por meio de instituições financeiras que oferecem linhas de crédito para a compra de imóveis.

Por isso, o comprador deve analisar qual opção é mais viável para a sua condição financeira e, a partir daí, identificar qual imóvel que atende aos seus requisitos pode se enquadrar em sua realidade. 

“Para ambos os casos, comece definindo o quanto da sua renda você deseja comprometer, isso te dará um direcionamento do valor do imóvel que você pode comprar. Considere todas as possibilidades de fluxos de pagamento que melhor se adequam ao seu perfil e as taxas envolvidas na operação”, completa a CPO do Hub Nogueira.

FINANCIAMENTO
Para quem vai optar por um financiamento, diferentes opções de crédito estão disponíveis. No Sistema Financeiro de Habitação é possível realizar o financiamento de imóveis de até R$ 1,5 milhão. Nele, o limite das taxas de juros é de 12% e o valor máximo a ser financiado deve corresponder a até 80% do valor total do imóvel. Além disso, a parcela a ser paga não pode comprometer mais de 30% da renda familiar. 

Já no Sistema Financeiro Imobiliário as regras são definidas pelos agentes financeiros. Por isso, não existe limite para o financiamento do imóvel ou do comprometimento de renda.  
Também é possível realizar o financiamento diretamente com a construtora. No entanto, cada empresa adota suas próprias regras, prazos e taxas. Nesse caso, é possível realizar o financiamento em conjunto com alguma instituição financeira. 

O Sistema Financeiro de Habitação realiza financiamentos de até R$ 1,5 milhão | Foto: Freepik/Divulgação

A opção que será adotada dependerá da avaliação do comprador. Isso porque, como as regras mudam de acordo com o tipo de financiamento, ele deverá avaliar detalhadamente qual opção lhe trará mais vantagens. 

Vale lembrar que em algumas modalidades de financiamento o cidadão que possui saldo disponível no FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) pode utilizá-lo. Nesse caso, é necessário que o imóvel seja o primeiro do cidadão. Além disso, o uso só é liberado depois que o trabalhador soma um período mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS. 

Independente do formato e da instituição financeira escolhida para a operação de crédito, o futuro comprador precisará reunir alguns documentos para solicitar o financiamento. 
Além da documentação de quem vai solicitar o crédito, também é preciso apresentar a certidão atualizada da matrícula do imóvel e o carnê ou o extrato de pagamento do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU) do ano vigente. 

INCENTIVOS
No Brasil, alguns programas podem auxiliar o cidadão que está em busca de um imóvel para chamar de seu. A principal iniciativa disponível é o Minha Casa Minha Vida, relançado pelo Governo Federal. 

O programa habitacional permite que sejam atendidas famílias com renda mensal bruta de até R$ 8.000 e que ainda não possuem nenhum imóvel próprio. 

De acordo com o Governo Federal, agora também é possível realizar a aquisição de moradia urbana usada por meio do Minha Casa Minha Vida. Até o final de 2026, a expectativa é de que 2,5 milhões de contratos sejam firmados por meio da iniciativa. O número é 25% superior à meta inicial estabelecida no ano de 2023 e deverá ajudar os brasileiros que ainda não têm a casa própria.

Na avaliação da especialista, as linhas de crédito vem ganhando cada vez mais evidência pelos projetos arrojados e diferenciados que elevam a entrega de um produto de padrão econômico.

MORAR BEM
Em Pernambuco também é possível contar com o Programa Morar Bem, criado com o objetivo de reduzir o déficit habitacional no Estado. Para tal, a iniciativa oferece para as famílias de baixa renda um subsídio de até R$ 20 mil para o pagamento da entrada dos imóveis. Assim como no Minha Casa Minha Vida, existe o requisito de que o imóvel seja o primeiro da família. 

Na iniciativa pernambucana também existe a exigência de que a renda familiar seja de até dois salários mínimos. Além disso, é preciso que o cidadão tenha sua documentação e crédito individual aprovado pela Caixa Econômica Federal.

“Utilizar os incentivos do Governo Estadual e Federal são uma opção, e tem impulsionando velocidade na decisão de compra dos imóveis, especialmente os que se enquadram no Minha Casa Minha Vida”, finaliza Paula Carolina.