ELEIÇÕES 2026

Presidenciáveis, Romeu Zema e Ronaldo Caiado sobem o tom contra o MST

Governadores dividiram palanque em feira do agronegócio nessa segunda-feira (31) e aproveitaram para evocar pauta, que mobiliza a direita

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, e o governador de Goiás, Ronaldo Caiado - Redes Sociais/Reprodução

A mais de um ano das eleições presidenciais, os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), e de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), demonstraram alinhamento político ao compartilharem o palanque durante uma feira do agronegócio em Uberlândia, no Triângulo Mineiro. O evento foi marcado por discursos contundentes contra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra ( MST).

Os governadores reforçaram suas posições na véspera de abril, mês em que o MST promove o "Abril Vermelho", período de mobilizações e ocupações de terra para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996.

Nos últimos anos, a pauta anti-MST tem mobilizado setores da direita. Em 2023, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) instauraram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) na Câmara dos Deputados para investigar o movimento, mas o colegiado encerrou os trabalhos sem a votação do relatório final.

Aproveitando a repercussão do tema, Zema usou um boné com a inscrição "Abril Verde", defendendo um mês de produtividade no campo, sem invasões:

— Tanto Goiás quanto Minas Gerais têm uma preocupação gigantesca com a segurança pública. Temos tolerância zero com invasores de terra e queremos um Abril Verde, de produção — afirmou o governador nesta segunda-feira.

Zema também utilizou suas redes sociais para enviar um recado ao MST, reforçando sua posição contra as ocupações:

— Em Minas, cerca existe para ser respeitada. Abril Vermelho, aqui não.

Já Caiado concentrou seu discurso na defesa da agropecuária e do produtor rural, também condenando as invasões de terra.

Tanto Zema quanto Caiado são possíveis representantes da direita na disputa presidencial, que tentam herdar o espólio político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está inelegível. No entanto, ambos correm atrás do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ex-ministro de Bolsonaro e favorito para a sucessão.